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Relação entre Igreja e Estado é tema de mesa-redonda na UFPR

“Laicidade em ação: princípios e políticas públicas”, é o tema da mesa redonda que será realizada hoje (27), a partir das 19 horas, no Anfiteatro 100 do Edifício D. Pedro I, Rua General Carneiro, 460, campus Reitoria.

As discussões serão conduzidas em duas vias: uma teórica e histórica, que será apresentada pelo cientista político da UFPR, Gustavo Biscaia, tratará dos principais conceitos ligados à laicidade, considerando sua evolução histórica. A outra via, que tratará de como a laicidade pode ser aplicada às políticas públicas e inversamente como as políticas públicas lidam com o tema da laicidade, será abordada pela professora Maria Tarcisa Silva Bega, diretora do Setor de Ciências Humanas.

Segundo o cientista político, “Estado laico não é Estado ateu. Laicidade consiste em não ter nenhuma doutrina oficial no Estado, ou seja, não impor aos cidadãos crenças, nem pressionar a sociedade. Portanto, A laicidade é uma garantia da liberdade de pensamento e de expressão”.

Relações problemáticas

Segundo Gustavo, atualmente pós-doutorando em Teoria Política pela Universidade Federal de Santa Catarina, “no Brasil, desde sempre, as relações entre Igreja e Estado são problemáticas, seja porque a Igreja impunha-se com o poder do Estado, seja porque o Estado costuma intrometer-se nos assuntos das religiões e/ou beneficiar-se das religiões”.

Nos últimos anos, explica o cientista, essa relação tornou-se mais problemática devido a, pelo menos, três grandes acontecimentos notáveis: (1) a Concordata, isto é, o acordo diplomático entre o Brasil e a Igreja Católica, ambiguamente com o Vaticano; (2) a afirmação de perspectivas e temas religiosos na campanha presidencial de 2010 (perspectivas e temas que se têm repetido desde então); (3) a eleição do pastor-deputado Marcos Feliciano para Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados.

O evento, promovido pelo Setor de Ciências Humanas e Aliança Estudantil Secularista da UFPR, é aberto a toda comunidade universitária – docentes, alunos e técnicos administrativos.

Celsina Favorito