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Reitor aconselha 1.° colocado no Vestibular a manter foco nos estudos; saiba como Júlio César D’Agostini se preparou

Logo após concluir o seu Registro Acadêmico, o primeiro colocado na Chamada Geral do Vestibular 2017/2018 da UFPR, Júlio César Honório D’Agostini, de 17 anos, foi recebido na tarde desta quarta-feira (17) pelo reitor Ricardo Marcelo da Fonseca no Gabinete da Reitoria, em Curitiba. Durante a conversa descontraída, o reitor aproveitou para aconselhar o estudante a manter o foco nos estudos, mas considerando as exigências da Universidade.

“A Universidade é totalmente diferente do Ensino Médio”, comparou Ricardo Marcelo, lembrando que o ambiente acadêmico traz novas necessidades para os estudos e nas interações entre alunos e professores. “Você começa com o pé direito, mas não deixe isso se transformar em um fardo. É comemorar e passar para a próxima fase”.

Júlio César D’Agostini conversou com o reitor Ricardo Marcelo Fonseca. Foto: Samira Chami Neves/Sucom-UFPR

Acompanhado da mãe, Dulcemar, da tia, Lucimar, e da avó, Maria Esther, Júlio César pôde conhecer futuros colegas na fila do Registro Acadêmico durante o atendimento da Pró-Reitoria de Graduação (Prograd), no Campus Santos Andrade. Também foi abordado por veteranos do curso de Medicina, que o marcaram de tinta e colocaram no pescoço dele uma placa de papel onde se lia “Calouro 01”.

Nota

Júlio César conseguiu a maior nota entre os 5.355 aprovados do vestibular (908.795 de um máximo de 1000 pontos). Nascido em Maringá (PR), onde mora e foi criado pela mãe farmacêutica, o rapaz sempre estudou em escola particular. Como havia obtido bons resultados como treineiro em vestibulares que prestou quando estava no 1º e no 2º ano do Ensino Médio, conseguiu bolsa integral no terceiro ano.

Júlio César com a família na escadaria do Prédio Histórico da UFPR: acima, a mãe Dulcemar (à esquerda), a avó Maria Esther e a tia Lucimar. Foto: Samira Chami Neves.

O adolescente destaca a mãe como a grande incentivadora da sua dedicação aos estudos. “Como éramos só eu e ele, eu ficava do lado, ajudava a estudar. Era gostoso”, conta Dulcemar. Ela revelou que a família só ficou ciente de que Júlio César havia conseguido a maior nota do vestibular quando ouviram a mensagem de voz deixada pelo reitor na caixa postal do celular dela. “Sorte que meu coração é fortíssimo”, disse.

Táticas

Para ser aprovado no vestibular da UFPR, Júlio César adotou algumas táticas, como não menosprezar nenhuma matéria, acompanhando e reforçando o desempenho em todas elas. “Tem que estudar todas as matérias como se fossem específicas”, disse, referindo-se às disciplinas nas quais, na segunda fase, o vestibular da UFPR cobra questões discursivas. No caso dele, que tem facilidade em Exatas, a dificuldade era manter a concentração em textos didáticos longos de História e de Geografia.

Prestar vestibulares como treineiro, por exemplo, foi uma estratégia para regular a ansiedade antes das provas. “Sempre fico nervoso antes de prova, seja valendo vaga ou não”, contou. “Fazendo os vestibulares antes, fui me acostumando com isso. Estava tão habituado a fazer vestibular sem me matricular depois que até me esqueci que havia essa parte, neste ano”.

Júlio César lembrou que fez as questões da prova objetiva uma a uma, tentando não pular – ele acredita que isso evita que o pensamento se disperse. “Ter que ler tudo de novo só atrapalha”, explicou. Antes de preencher o gabarito, fez uma revisão da prova, mas refletiu muito antes de trocar as questões assinaladas sobre as quais tinha dúvidas. “Normalmente eu não troco. O primeiro pensamento é sempre o melhor”.

Nas questões discursivas, também seguiu uma regra básica. “Meu professor dizia para escrever o que se pede, sem enrolar muito. Dei respostas completas, mas fui objetivo, dizendo se concordava ou não com o enunciado e citando exemplos quando a resposta pedia”.

Júlio César conta que escolheu a Medicina com base em uma vontade de criança que se confirmou em testes vocacionais feitos no Ensino Médio. Para ele, trata-se de uma profissão que pede gosto em ajudar os outros. Sabendo que a concorrência seria grande, começou a pensar em vestibular assim que entrou no Ensino Médio. Grato por ter contado com tempo, estrutura e apoio para estudar, Júlio César reconhece que é “um privilegiado”, mas aponta que a dedicação aos estudos também exige vontade nessa situação. “É preciso querer muito”.