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Projeto da Psicologia orienta parentes de doentes de Alzheimer

Elas ainda são muito jovens, têm em média 22 anos, mas uma responsabilidade e vontade de ajudar muito grandes. São três quintanistas de Psicologia que desenvolvem um programa de orientação aos familiares de portadores do Mal de Alzheimer na UFPR. Através de palestras, dinâmicas e brincadeiras são passadas informações sobre a evolução da doença e comportamento dos pacientes. “Como se trata de um problema de evolução lenta e irreversível, quem cuida de pacientes de Alzheimer tende a ter depressão e outros problemas de saúde e é isso que queremos evitar”, explicou Marília Cruz, coordenadora do projeto.

São dois grupos de cuidadores, filhos, maridos e mulheres de pessoas com a doença em vários estágios. Uma vez por semana eles participam de atividades na UFPR durante duas horas. “O que ocorre com freqüência é que as pessoas que convivem com doentes tendem a se anular e então queremos conscientizá-los e fazer com que assumam uma nova postura, mantendo vida própria sem deixar de atender os pacientes”, destaca a jovem estudante. Além de explicar como ocorre a evolução da doença, damos dicas de comportamento que podem melhorar o relacionamento dentro de casa.

Para o agricultor Jean Pierre Le Boulergat, o projeto tem ajudado muito a se relacionar com a mulher que está com a doença em fase inicial. Além disso ainda contribui para amenizar os sintomas da depressão. Seu Breno diz que o que mais chama a atenção é que “aqui a gente convive com as tragédias de cada um e vê que o que se passa dentro da casa dos outros pode ser ainda pior que o drama que a gente vive. Minha mulher, de 78 anos tem a doença há sete anos. Fazemos ginástica juntos e viajamos, mas tem dias que não é fácil, porque a doença causa mudanças de comportamento”.

FILA DE ESPERA – O projeto começou este ano e tem a duração de um semestre. No ano passado a experiência piloto foi em forma de estágio para os estudantes de Psicologia e agora um grupo coordenado pela bolsista Marília Cruz tomou à frente do projeto. Para o próximo ano já há fila de espera de pelo menos dez pessoas, o que garante a continuidade de um grupo. As atividades estão sendo desenvolvidas nas segundas e nas quartas-feiras.

De acordo com o coordenador do Projeto, Professor Amer Cavalheiro Hamdar, o contato com os cuidadores dos doentes de Alzheimer proporciona um contato muito rico em termos de experiência e vivência para os estudantes. Vários deles já decidiram que vão fazer cursos de pós-graduação na área. As estimativas são que no Brasil há 1,5 milhão de portadores de Alzeimer e no Paraná, 10% da população acima de 60 anos pode ter a doença. É uma doença degenerativa e com causas ainda desconhecidas, destaca o professor. O que se sabe é que o problema se manifesta em 1% em idosos a partir de 60 anos, 2% depois dos 65 anos e 4% acima dos 70 anos.

Foto(s) relacionada(s):


Grupo de Cuidadores de portadores do Mal de Alzheimer
Foto: Izabel Liviski


Marília Cruz, coordenadora do projeto
Foto: Izabel Liviski

Fonte: ACS