Práticas alimentares não saudáveis, comportamentos compulsivo e impulsivo, fome fisiológica e fome psicológica. Os temas foram abordados na palestra “Nutrição & Psicologia: Alimentação e Emoção”, realizada na tarde da última quarta-feira, 14, na Unidade Escola – Promoção de Saúde (UEPS) da UFPR. Apresentar a relação dos indivíduos com os alimentos de maneira interdisciplinar foi o objetivo do encontro, que reuniu cerca de 60 participantes.
A nutricionista Aline Simões falou sobre as consequências negativas das dietas restritivas para o corpo e seus reflexos emocionais. “Elas excluem grupos alimentares importantes e fornecem quantidades inferiores de nutrientes necessários ao organismo. Essa restrição acaba influenciando emocionalmente os indivíduos. Excluir um alimento da rotina acaba gerando mais desejo, e isso pode ocasionar o exagero ao consumir novamente os alimentos ‘proibidos’. Isso traz um sentimento de culpa”, explicou.
Além da fome fisiológica – expressa por sinais físicos, como dor de cabeça e movimentações no estômago -, há a fome psicológica, que surge mesmo quando a pessoa está satisfeita, alerta a psicóloga Bianca Freire. “A fome de vontade é o desejo por um alimento específico. Outro tipo é a fome social. Aparece, por exemplo, nas confraternizações. Ela não está ali, necessariamente, mas você come com os amigos. Há, também, a fome emocional. Aquela que surge quando a gente acredita que precisa recompensar algo com a comida. Quando, por exemplo, um problema é distorcido e a pessoa desloca o sentimento ou sofrimento que está tendo pelo desejo do alimento”.
Identificar o tipo de fome e buscar moderação é a sugestão da psicóloga, que aponta o autoconhecimento como o caminho para que os indivíduos encontrem o equilíbrio alimentar. “Quando a alimentação passa a girar em torno das emoções, ela se torna nociva, pois é neste momento que há um índice de compulsão alimentar (comer em excesso) ou de restrição alimentar (parar de comer). Então, é preciso que o indivíduo reconheça em si mesmo quando está misturando as emoções e a comida”. Fatores históricos e culturais também influenciam ao sentar à mesa, assim como a singularidade e individualidade de cada um, lembrou a palestrante.
A alimentação saudável tem como base os princípios da variedade, da moderação e do equilíbrio, oferece resultados a longo prazo e estimula hábitos para toda a vida, reforça a nutricionista. Entre as recomendações, consumir diferentes fontes de nutrientes, não exagerar nas quantidades e respeitar as porções recomendadas para cada grupo de alimentos.
Unidade Escola
Alunos de Medicina acompanhados por professores oferecem consultas médicas, orientação farmacêutica e exames laboratoriais para servidores, professores, estudantes e familiares na Unidade Escola. Vacinação, assédio moral, cuidados com medicações, fibras na alimentação, estilo de vida saudável e esquizofrenia foram temas discutidos nas 12 palestras realizadas no local desde o início de 2019.
Os ministrantes são docentes da UFPR e de outras instituições, alunos pós-graduação e graduação da Universidade que participam de projetos de Iniciação Científica ou de extensão e profissionais liberais. “Pretendemos, até o fim do ano, promover 20 palestras. Desde 2016, quando foi inaugurada a Unidade Escola, já passaram pelo auditório assistindo nossas palestras 2.300 pessoas”, afirma a coordenadora educativa da Unidade Escola e professora do Departamento de Farmácia da UFPR, Sandra Mara Woranovicz Barreira.
As palestras são divulgadas no Facebook, em cartazes nos Restaurantes Universitários e no portal da UFPR. A entrada é franca e é fornecido certificado de participação. O próximo encontro debaterá o suicídio na adolescência. Mais informações pelo telefone 3360-7234.
