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FEDERAL DO PARANÁ

Olho da Gralha Azul é estudado na UFPR

“Temos uma linha inteira de pesquisas, desvendando os segredos e curiosidades sobre os olhos dos mamíferos neotropicais brasileiros, com várias publicações, principalmente, no periódico Veterinary Ophthalmology”, comenta Montiani. “É uma linha de pesquisa que venho desenvolvendo desde 2003 quando voltei do meu PhD realizado na Michigan State University, da qual ainda participo como professor adjunto externo até hoje. No caso da pesquisa com olhos de animais selvagens neotropicais, trabalhamos com vários objetivos que vão desde aprender mais sobre a visão em si, passando pela possibilidade de entender mais sobre doenças que acometem os olhos animais selvagens e exóticos, até desvendar os segredos e curiosidades da visão destas espécies, muitas delas ameaçadas de extinção.”

No laboratório da UFPR, o pesquisador e uma equipe composta por professores e alunos doutorandos também de outras universidades, colhem, recebem e estudam olhos de animais das mais diferentes espécies. A Gralha Azul é encontrada principalmente no Estado do Paraná, onde é oficialmente reconhecida como ave-símbolo, através da Lei número 7957, de novembro de 1984. O título do trabalho que será apresentando em Boston é “Presença do osso do nervo óptico no bulbo ocular da Gralha Azul (Cyanocorax caeruleus)”. Com este achado, os autores desejam reascender o interesse pela investigação sobre a verdadeira função deste elemento anatômico. “Isso porque, como observado na nossa pesquisa, sabemos que esta estrutura é rica em medula óssea com células pluripotentes”, complementa Montiani.

Em dois meses de pesquisa, examinando quatro amostras de olhos de Gralha Azul, os pesquisadores identificaram a estrutura óssea em todos os bulbos, elemento anatômico presente em apenas algumas espécies de aves. No final dos anos 30 e início dos anos 50 ocorreram as primeiras investigações sobre o osso do nervo óptico (o opticus). Depois, o interesse com relação a esta estrutura diminuiu e virtualmente não houve mais investigações. O estudo com os olhos da Gralha Azul é inédito não apenas no País, mas também no exterior. Por isso a aceitação do trabalho para apresentação na conferência em Boston.

Além do pesquisador da UFPR, também participaram do estudo o Médico Veterinário Residente Adil Salomão (PUC-PR), Marcello Machado, doutorando da USP, Elizabeth Schmidt e Ana Letícia Souza, doutorandas da UNESP.

Foto(s) relacionada(s):


Exemplar de gralha-azul (Cyanocorax caeruleus) empoleirada em um galho de pinheiro-do-paraná
Foto: Zig Koch


Detalhe da estrutura observada no olho da Gralha Azul
Foto: Divulgação Pesquisa

Fonte: Vivian de Albuquerque