Nos corredores do prédio histórico da UFPR, na praça Santos Andrade, não se vê um calouro. Os novos universitários já acharam seus veteranos e professores e estão nos anfiteatros e auditórios, recebendo as primeiras orientações da Semana do Calouro. Aqueles que foram aprovados em Direito lotam o Salão Nobre do curso para a aula Magna com o pesquisador Gilberto Bercovici, da Universidade de São Paulo. O painel foi apresentado pelo diretor do Setor de Ciências Jurídicas, Ricardo Marcelo Fonseca, outros professores com quem os calouros conviverão ao longo dos próximos cinco anos.
“A Semana do Calouro já virou tradição”, conta Luzardo Faria, secretário do Centro Acadêmico Hugo Simas (Cahs), que, junto da coordenação do curso, organiza os eventos que abrem o ano letivo. “Os calouros entram sem saber quase nada a respeito da Universidade e da profissão. A gente procura trazer palestras que deem um panorama do Direito, das áreas de atuação e da correspondência com outros campos de conhecimento”, explica.
A estrutura da programação é, em geral, a mesma para todos os departamentos da UFPR: há apresentação do curso, da estrutura universitária, dos diversos grupos de estudo, pesquisa e programas de extensão e outras organizações estudantis. Tudo isso para que os estudantes – a maioria recém-saída do Ensino Médio – tenham o primeiro contato com o funcionamento da instituição na qual ingressaram e com o que podem esperar da profissão que escolheram.
Orientação e confraternização
A primeira semana de aula também é o momento dos primeiros contatos dos novos alunos e seus veteranos, que participam ativamente das atividades. Mariana Leck, 17 anos, é aluna do primeiro período de Design Gráfico e conta que gostou muito dos colegas e da recepção. Cada calouro recebe um crachá personalizado, como também é a pintura feita com tinta guache no rosto e nas mãos. Tudo muito colorido.”Não é algo humilhante, eu não me senti acuada em nenhum momento”, afirma a jovem, que pretende usar a profissão em prol da sociedade. “Estar aqui, que é uma instituição tão renomada, abre muitas portas. Acho legal a possibilidade de criar coisas para ajudar pessoas”.
A caloura de Psicologia Camila Sydol, 18 anos, deu de cara com a aula inicial, na qual foi explicada o tipo de responsabilidade que é esperado dos estudantes da UFPR. “Foi chocante, mas não de forma ruim”, relata a aluna, que teve certeza de qual profissão escolher depois de visitar a Feira de Profissões em 2013 e 2014. “Os veteranos foram muito acolhedores. Essa apresentação ajuda a conhecer mais amplamente as linhas teóricas e grupos de estudo para podermos escolher o que seguir”.
Ação conjunta
As palestras, oficinas, aulas e outras atividades pensadas especialmente para o ingresso do aluno na Universidade são uma ação conjunta do corpo docente e dos alunos. “A Semana tem um pouco a cara do curso e um pouco a cara do centro acadêmico”, afirma a coordenadora de Ciências Sociais, Liliana Porto. “Apresentamos o currículo do curso, as áreas de pesquisa e os procedimentos acadêmicos para que eles possam começar a entender a nossa dinâmica – isso tudo aliado a discussões a respeito da profissão”. A professora destaca, ainda, que este é um momento de ruptura, no qual os jovens passam do colégio para a universidade e que, a partir de agora, é esperado que eles possam administrar suas escolhas pensando na sua vida pessoal e profissional.
É neste primeiro momento que os calouros descobrem de perto a imensidão da estrutura universitária – e todas as siglas que veem junto com ela. Ser bombardeado com Prae, PRPPG, CA, DCE, Prograd e outras abreviaturas de nomes dos órgãos que compõem a UFPR, deixa alguns confusos. “Parece acolhedor e muito intimidador ao mesmo tempo”, confessa Vitória Benevides, 19 anos, caloura de Ciências Sociais, que tinha acabado de assistir a apresentação do Cacs (Centro Acadêmico de Ciências Sociais), do Diretório Acadêmico Central e dos grupos de estudo que o curso abriga. Ela acredita, porém, que esse contato é importante e que as coisas sejam mais esclarecedoras ao longo do curso.
Os estudantes recebem, ainda, orientações da Pró-Reitoria de Assuntos Estudantis sobre os programas de assistência e bolsas aos quais podem recorrer.
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