No livro, o autor discute as enfermidades reumáticas de grandes pintores e escultores, ressaltando a importância que eles tiveram para a história da arte e procurando relacionar de que maneira essas doenças influenciaram nas suas produções artísticas.
Azevedo lembra que, ao longo da história, as condições reumáticas afetaram muitos reis, imperadores, políticos, líderes religiosos e artistas. O próprio conhecimento atual sobre doenças articulares evoluiu bastante com a interpretação de textos, cartas, desenhos, pinturas, esculturas e fotografias dessas personalidades. É isso que o médico faz em seu trabalho
quando se preocupa em relacionar as doenças reumáticas dos artistas com as
suas obras de arte.
Suas pesquisas começaram em 1999, ano da criação da Associação Paranaense dos Portadores de Doenças Reumáticas, em que chegou a ser presidente. Azevedo sempre levou uma vida ligada à arte. Também é músico e pintor – fez inclusive as ilustrações da maioria dos artistas em seu livro. A partir de 2001, começou a realizar uma série de conferências sobre a vida de artistas como Pierre-Auguste Renoir e Paul Klee. A apresentação de um trabalho no 2º Congresso Brasileiro de Medicina e Arte, em 2006, consolidou o interesse do médico no tema.
O médico percebeu que não há publicações nacionais sobre o
assunto. E mais do que isso, descobriu que estudantes de arte reconhecem a carência de trabalhos que relacionem doenças e o seu impacto na produção artística. Durante a produção, Azevedo conversou com alguns dos principais reumatologistas mundiais interessados em arte. ‘Esse conhecimento pode tanto modificar nossas percepções de obras de arte quanto nossas próprias
percepções corporais’, garante.
Ao tratar de artistas doentes, é possível partir do homem e sua saúde, ou a ausência dela, para uma aproximação de suas obras. Para isso, Azevedo sabe que é preciso utilizar teorias médicas consistentes e procurar estar sintonizado com a obra no momento de tecer comentários artísticos. O médico
pretende que a sua obra seja fonte de consulta para os colegas médicos e para os professores de arte, mas também para servir de inspiração a pacientes com doenças reumáticas, auxiliando na superação de seus sofrimentos.
Azevedo esclarece que seria pretensioso explicar as manifestações da arte apenas pelos conhecimentos médicos, mas acredita que eles também contribuem para a interpretação do objeto artístico. ‘É possível exemplificar doenças e doentes com manifestações artísticas e, indo além, acredito que é possível ministrar todo um conteúdo programático médico tendo por foco a arte’, defende.
*Serviço*: Lançamento do Livro ‘A Beleza e A Dor – Artistas Visuais Famosos
e suas Doenças Reumáticas’, do médico reumatologista Valderílio Feijó de
Azevedo.
Dia: 10/07/08
Local: Livrarias Curitiba – Shopping Estação
Horário: 19h30min
Foto(s) relacionada(s):
Capa do livro
Foto: divulgação
Fonte: Assessoria de Marketing do HC
