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FEDERAL DO PARANÁ

HC cadastra voluntários para pesquisa sobre Lupus

Para participar, os voluntários devem ser alfabetizados, ter entre 18 e 60 anos e estar, há pelo menos seis meses, com a doença em atividade e com comprometimento renal. As suas reais condições serão diagnosticadas com a realização de uma avaliação seguida de uma explicação detalhada sobre os procedimentos, antes do início do tratamento.

O Lupus é uma doença auto-imune, ou seja, o próprio corpo

desenvolve auto-anticorpos que agem contra o organismo, podendo até levar à morte. Esses auto-anticorpos, ao se depositarem nas células, causam diversos males como artrite, quando presentes nas articulações; lesões na pele em

áreas de mais exposição ao sol; insuficiência renal, muitas vezes

necessitando de transplante – em 50% dos casos, a doença afeta os rins. Além da vasculite, ocasionando a obstrução de diversas artérias do corpo, principalmente no Sistema Nervoso Central, podendo causar isquemia e AVC, e também nas artérias coronárias.

O médico e coordenador do ‘Estudo de Lupus Eritematoso Sistêmico’, Sebastião Cézar Radominski, chefe da especialidade de Reumatologia do HC e professor da UFPR, explica que, atualmente são utilizados dois remédios no controle da doença, mas que causam efeitos colaterais. A cortisona pode acarretar

ganho de peso, diabetes, cataratas, osteoporose, estrias, etc. Já os imunossupressores – como a ciclofosfamida, que também é utilizada no tratamento do câncer – trazem o risco de graves infecções, aplasia da medula, cistite hemorrágica, entre outras. Além disso, atingindo os ovários, pode causar insuficiência ovariana e, conseqüentemente, incapacidade de reprodução.

O Lupus Eritematoso Sistêmico atinge freqüentemente as mulheres. De acordo com Radominski, as causas da doença são de fatores genéticos, hormonais e ambientais. Porém, o abuso na exposição ao sol, principalmente entre as dez da manhã e as cinco da tarde, ou a lâmpadas fluorescentes, também pode desencadear o Lupus.

O medicamento em estudo já foi aprovado para tratar da artrite e o objetivo da pesquisa é verificar a eficácia do remédio e encontrar a melhor maneira de tratar do Lupus sem efeitos colaterais.

De acordo com Radominski, o que incentiva a realização da pesquisa é a grande dimensão e a pouca atenção dispensada ao Lupus. Só no HC são atendidos, semanalmente, cerca de trinta pacientes portadores da doença. ‘O Lupus pode ser considerado uma doença órfã no sentido de descobertas de tratamentos’, garante o médico. No Brasil, já faz trinta anos que não é aprovado nenhum medicamento novo para tratar do Lupus.

Interessados em participar da pesquisa podem entrar em contato com Shirley, das 8h às 18 horas, pelo telefone 9109-6167, de segunda a sexta-feira. A seleção de pacientes acontecerá até o início de março.

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O HC pesquisará a eficácia de u novo medicamento no tratamento da doença
Foto: Arquivo Google

Fonte: Assessoria de MKT do HC