Destinos como Estados Unidos, Austrália, Canadá e Alemanha estão entre os mais comuns quando se fala em intercâmbio. Por isso mesmo, muitos estudantes acabam nem pensando em outras possibilidades quando pensam sobre o assunto. Para ampliar estes horizontes e chamar atenção para uma alternativa, membros de universidades suecas viajaram o país divulgando seus programas de estudo para estrangeiros. Na última quarta-feira, dia 19, integrantes de seis das instituições estiveram no Centro Politécnico apostando no contato direto com os alunos como um diferencial.
Participaram a Chalmers University of Technology, a Halmstad University, o KTH Royal Institute of Technology, a Umeå University, a Linnaeus University e a Lund University.
Andrea Tarlé Borgström, uma das representantes da Lund University, explica que no país, cerca de 90% da população fala inglês, então os alunos não precisam se assustar com a perspectiva de precisar provar sua proficiência em sueco – os cursos ofertados também são completamente em inglês. Ela destaca que o país também é bastante cosmopolita, gerando o contato também com pessoas de vários outros lugares do mundo. “No caso dos estudantes que queiram viajar pelo Ciência sem Fronteiras, eles têm a oportunidade de ter acesso a laboratório e pesquisas de ponta já na graduação”, conta a brasileira residente na Suécia.
Esta é a terceira vez que a delegação sueca faz este tour pelo Brasil, que eles batizaram de Brazilian Road Show. A atividade é promovida pelo Centro de Pesquisa e Inovação Sueco-Brasileiro (Cisb), uma associação sem fins lucrativos que atua na área da inovação e apoia o desenvolvimento científico entre as duas nações. Martha Simas, integrante do Cisb que está acompanhando o grupo em todas as visitas no Brasil, relata que uma das primeiras impressões dos suecos é que o nível do inglês dos alunos melhorou bastante. “Eles vêm para explorar o mercado de educação brasileiro. Há uma certa competição entre os países para angariar estudantes”, explica.
A feira de exposição das universidades foi seguida de três palestras que falavam sobre a vida no país europeu. A primeira delas tratou da inovação, tema que é a maior bandeira da Suécia; a segunda, dos diferentes programas educacionais disponíveis, além do Ciência sem Fronteiras, também estão disponíveis vagas de mestrado e PhD pelo CNPq; e a terceira, com um depoimento sobre como é ser um brasileiro morando lá.
“Há uma estrutura tríplice, que une a indústria, o governo e a educação, deixando o terreno ainda mais fértil para a inovação”, afirma Francine Ferretti Horst, da Umeå University. “Há uma infraestrutura muito forte para que as pessoas executem as suas ideias. Na academia, há muita discussão e troca de ideias, o professor não é uma autoridade plena na sala de aula. O sistema de ensino é bastante diferente”, relata. Francine é brasileira e vive na Suécia há mais de dez anos. Hoje, atua como conselheira estudantil na instituição.
Por Jéssica Maes