Estudantes radicalizam ocupação do prédio da Reitoria

Havia uma reunião agendada para as 14 horas entre o reitor Carlos Augusto Moreira Júnior e os estudantes, mas eles preferiram não manter diálogo. Um grupo deles tomou o controle da porta principal impedindo o acesso ao prédio de qualquer pessoa de fora do grupo deles. Na pauta de reivindicações, a principal é de que possam votar sobre a adesão da UFPR ao projeto REUNI através de plebiscito.

O reitor recebeu a imprensa às 15 horas e explicou que a adesão ao REUNI é uma decisão a ser tomada pelo Conselho Universitário da instituição. Uma reunião do COUN está agendada para a manhã da próxima terça-feira, dia 23. “O Conselho Universitário ainda está avaliando a questão, não está nada decidido”, explicou o reitor ao enfatizar que a instituição tem ouvido o Diretório Central dos Estudantes o qual solicitou que a universidade prorrogasse o prazo de adesão ao projeto, para aprofundar a análise.

Moreira mostrou-se aberto para levar a reivindicação do plebiscito para o Conselho, mas entende que a decisão unilateral dos estudantes é que está fechando o diálogo. “Temos uma moção de apoio da Casa do Estudante Universitário ao REUNI e do DCE, contra a ocupação radical desses estudantes”, frisou lembrando que tais estudantes (aproximadamente 30 estão instalados na Reitoria) não representam os estudantes da UFPR, não representam o DCE e estão sujeitos às penas de responsabilidade como pessoas físicas, portanto, passíveis de expulsão. Moreira ponderou que o grupo lá instalado está como se fosse dono da instituição, quando na verdade tem o privilégio de estudar numa universidade pública em que milhares de estudantes querem entrar.

O coordenador geral do DCE, Erico Massoli Ticianel, também participou da coletiva, momento em que entregou para a imprensa a nota que desaprova a ocupação. Ele disse que o Diretório representa mais de 20 Centros Acadêmicos e que é a instância máxima de deliberação dos estudantes da UFPR. Segundo disse, o projeto REUNI foi discutido no 11º Congresso, ocorrido há 15 dias, sendo a posição da entidade de que a UFPR conseguisse a prorrogação do prazo para adesão, de forma a contemplar a universidade como um todo. Ele classificou a ocupação como um ato de banalização que enfraquece o movimento estudantil perante a sociedade.

SOBRE O REUNI:

Moreira explicou que uma possível adesão ao REUNI reverteria para a universidade recursos da ordem de R$ 120 milhões para equipamentos, laboratórios e construções e outro montante de igual valor para a contratação de professores e servidores. Seria a contrapartida do MEC à adesão da UFPR ao projeto, que vincularia um incremento na diplomação da graduação e na expansão de 20% das vagas dos cursos de graduação, principalmente vagas noturnas.

Na possibilidade de adesão ao REUNI, a UFPR poderia contratar 200 professores, 300 servidores e abrir seis mil vagas a serem alcançadas em cinco anos. O projeto beneficiaria vários setores, principalmente Palotina, campus que tem apenas um curso e necessidade de expansão. As universidades que aderirem até 29 de outubro receberão os recursos no primeiro semestre de 2008 e uma outra leva, cujo prazo acaba em 17 de dezembro, receberia no segundo semestre de 2008.

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