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FEDERAL DO PARANÁ

Estudantes de arquitetura idealizam projetos em 24 horas

Os alunos de Arquitetura participaram de uma atividade denominada Charrete – evento comum nas escolas de belas artes do século XVIII: os estagiários dos grandes arquitetos da época recebiam temas relâmpago para desenvolver algum projeto no prazo de 24 horas. Findo o prazo, passava uma charrete para recolher todos os que estivessem prontos. O prêmio era uma viagem à Roma, sinônimo de excelência para a arquitetura na época.

O prêmio da Charrete na UFPR não é uma viagem (são dois livros sobre arquitetura para cada estudante da equipe vencedora), mas o entusiasmo dos 180 participantes dessa espécie de gincana não poderia ser maior. São 30 equipes, compostas de seis integrantes cada, obrigatoriamente com participantes mesclados do 1º ao 5º ano. O tema relâmpago foi o desenvolvimento de uma proposta de conjunto habitacional para estudantes de pós-graduação no Centro Politécnico. As equipes foram desafiadas a pensar na unidade habitacional, no conjunto das casas, propondo desenhos, peças gráficas e maquetes, considerando a área reservada para habitação estudantil proposto no plano diretor daquele Campus.

A Charrete foi precedida de palestras com os arquitetos Hélio Olga e Henrique Pina. Eles enfocaram a importância da madeira tropical, sua utilização na arquitetura como material renovável que, diferente do que se possa pensar, pode ser utilizada para o bem do meio ambiente, desde que certificada. Se por um lado a madeira fixa carbono, por outro quando a madeira se decompõe, passa a liberar carbono e utilizá-la com um manejo sustentável pode ser a saída para a própria preservação das florestas e da biodiversidade. Os alunos foram convidados a projetar as casas utilizando a madeira Cumaru, abundante no Brasil, considerada excelente para a parte estrutural das construções por ser bastante densa.

“Eu me surpreendi positivamente. Há equipes com trabalhos prontos, outros trabalhando na finalização, todos num clima muito bom”, destacou a professora Andréa Berriel, lembrando que apesar da proposta de execução ser de 24 horas, cada aluno tinha a liberdade de voltar para casa, mas a maioria preferiu ficar, dando mostras de que gostaram de participar da atividade.

Para o estudante Jimmy Bettega, do quarto ano, a experiência foi muito boa. “Estamos acostumados a desenvolver projetos em meses, vivenciando durante muito tempo o trabalho”, comentou, encarando como um bom desafio ver um tema ser dado em cima da hora com prazo de conclusão imediato. Para Marcos Gerszevski, também do quarto ano, outro aspecto positivo da Charrete foi a integração entre os participantes, coisa que não acontece no cotidiano do curso, onde cada um desenvolve o próprio trabalho em sala e não vê o que está acontecendo com os colegas de outras turmas. A equipe dos quartanistas incluiu ainda o estudante Gustavo Utrabo, do terceiro ano e Talitta Reitz e Esteban Nicolas Ruales, do segundo. Para Talitta, o medo inicial de participar da equipe dos “veteranos” deu lugar à confiança de poder aprender um pouco mais com os mais velhos, tirando proveito das muitas dicas dadas por eles para a execução do projeto.

Os trabalhos foram julgados por uma banca composta por cinco professores, quatro ex-professores da UFPR e também por Henrique Pina.

Foto(s) relacionada(s):


alunos que participaram do evento charrete
Foto: Izabel Liviski


trabalhos prontos
Foto: Izabel Liviski


charrete
Foto: Izabel Liviski


charrete
Foto: Izabel Liviski

Fonte: Leticia Hoshiguti