Um grupo de cinco estudantes de arquitetura a UFPR foi o vencedor do concurso nacional promovido pelo Grêmio de Arquitetura e Urbanismo e o Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Paraná para criar uma área de lazer em uma das alas desativadas do Hospital Colônia Adauto Botelho, em Pinhais. O espaço será utilizado por homens e mulheres em tratamento psiquiátrico.
Os vencedores foram os estudantes de Arquitetura da Equipe Limiar: Alexandre Kenji Okabaiasse (do 5º no do curso), Daniela Moro e Gabriel Tomich (4º ano), Diego Pinto Rodrigues e Lara Seleme Modro (todos do 3º ano). Eles foram orientados pela professora Andrea Berriel, responsável técnica pelas obras de interiores e paisagismo, e escolhidos por uma banca formada por três professores do Centro Acadêmico de Arquitetura e duas profissionais de enfermagem do hospital.
Um dos hospitais da rede pública de saúde mais importantes do Estado, que atende a 100% dos seus pacientes pelo Sistema Único de Saúde (SUS), o Adauto Botelho presta assistência aos cidadãos que sofrem de transtornos mentais e outras necessidades decorrentes do uso de álcool ou outras drogas.
Obras
De acordo com a presidente da Comissão Organizadora e vice-presidente do Grêmio de Arquitetura, Maria Augusta Kroetz, 11 inscrições foram homologadas e oito projetos foram entregues. Apenas da UFPR, foram nove equipes inscritas e sete projetos. Os critérios para a definição dos vencedores foram “o custo do projeto e a facilidade de realização das obras, além da funcionalidade e da estética”.
A obra deve custar de R$ 30 mil a R$ 50 mil, mas não tem data para começar. A reforma será feita em um espaço de 802 m², dos quais 319m² de área construída e 483m² de pátio. “Precisamos, primeiro, arrecadar fundos. A obra vai depender de quanto demoraremos para arrecadar os recursos e se teremos voluntáarios ou não”, comentou Maria Augusta. Isto será feito por meio de um financiamento coletivo (por meio das redes sociais) e da convocação de voluntários, que reduziria o custo da obra.
A proposta
De acordo com Lara Modro, o principal objetivo da proposta foi integrar a galeria e o pátio já existentes no local. “Mesmo com todos os esforços que a equipe que trabalha lá faz para deixar o ambiente mais acolhedor, a arquitetura do local não favorece um tratamento mais humanizado”, comentou. “As relações entre o interior e o exterior constituem uma questão chave. A proposta buscou, com intervenções mínimas, agir pontualmente sobre os elementos que definem ´dentro´ e ´fora, em especial os muros, paredes e a galeria porticada existentes´”.
Para a estudante, a mudança poderá transformá-los em agradáveos espaços de convivência e lazer. Ela disse que o grupo evitou a demolição de paredes para diminuir o custo final do projeto. “Também demos atenção especial ao espaço multiuso, localizado bem no centro da unidade de recreação. Nele, a intenção foi conformar mobiliários versáteis que propiciassem um uso mais livre do ambiente para atividades coletivas”, explicou.
Lara avaliou ainda que a participação no projeto foi muito importante pra o grupo. “Foi uma oportunidade muito rica para nós não só pela possibilidade de fato de construí-la, ajudando a melhorar um pouco a vida dessas pessoas, mas também por todo o aprendizado e a pesquisa que envolvem projetar para pessoas com uma realidade tão diferente”, comentou. (Sucom da UFPR, com Gazeta do Povo)