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Estudante da UFPR participará de programa internacional que capacita lideranças

Desenvolver líderes jovens ao redor do mundo com potencial de impacto na comunidade. Esse é o objetivo do programa Cargill Global Scholars, que seleciona anualmente 60 estudantes do Brasil, China, Índia, Rússia, Indonésia e Estados Unidos para participarem de um intercâmbio, além de conceder uma bolsa de estudos de 2500 dólares por até dois anos. 

Entre eles, está Karoline Frazão Alves, estudante de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia do Campus Palotina da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que participará do programa a partir de 2020. 

A conquista marca uma trajetória que começou no ensino fundamental. No oitavo ano, Karoline candidatou-se a representante de classe. A menina, que até então pouco falava, respondeu à professora espantada com sua iniciativa: “Falo quando preciso”. Até hoje, ela não sabe como surgiu a frase, mas entende a importância de seu posicionamento. “A partir dali, me coloquei em um lugar diferente, de não ser só uma aluna esforçada, mas também ser alguém que fala, que faz a diferença”, ressalta a estudante.

Karoline (ao centro) atua no Centro Acadêmico do curso, promovendo atividades para valorização da Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia

 

Hoje, a aluna da UFPR exerce a liderança em múltiplas tarefas. Além dos compromissos na faculdade, ela ministra aulas de inglês para estudantes que farão testes de nivelamento, além de português para estrangeiros.  Desenvolve também projetos de Arduino, um tipo de programação que simula o funcionamento de produtos e serviços.  Até a pandemia, dava aulas de robótica bilíngue no Centro de Referência à Assistência Social de Palotina, com o intuito de desenvolver o interesse das crianças da região sobre a tecnologia.  

Para fazer tudo isso, Karoline aprendeu a se organizar e a se adaptar aos imprevistos e reserva um tempo para fazer coisas mais leves, como tocar violão. “Antes se acontecia algo errado, já desistia, não conseguia concluir. Depois de muita prática, na faculdade, já me conheço melhor para montar um cronograma que me mantém motivada”.  

Influências 

Em toda a sua caminhada, Karoline enxerga duas influências principais: a da escola e a da mãe, a dona de casa Sandra. 

Aluna de escola pública, é a primeira pessoa da família a cursar ensino superior. Ela conta que a mãe sempre andava com livros e revistas, por mais que não os lesse, para incentivá-la. “Gosto de muito de pensar na ideia de que ela não teve a oportunidade que estou tendo agora, mas mesmo assim, não desistiu. Se manteve forte, correu atrás das coisas dela. É uma inspiração”. 

A estudante é de Cotia, região metropolitana de São Paulo, onde vivem a mãe e os dois irmãos mais novos, Pedro e Isabelle, que pretendem seguir os passos da irmã quando concluírem o ensino médio. Com empenho, Karoline sempre teve as melhores notas  e agradece aos professores que lhe apontaram as diversas opções que ela teria com sua formação. “Eu não consigo nem pensar em mim hoje sem juntar essa influência da escola. A minha vida inteira foi dedicada ao estudo”. 

Na pandemia, a estudante da UFPR (de azul) retornou à casa da família em Cotia, São Paulo. Fotos: arquivo pessoal

 

Meninas nas Ciências 

Karoline participa do projeto Rocket Girls – Meninas nas Ciências, uma iniciativa do Campus Palotina que tem financiamento do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ). Coordenado pela professora Mara Fernanda Parisotto, o projeto incentiva meninas da região a compreender profissões das áreas de Ciência e Tecnologia através de atividades interativas e práticas. Hoje, atuam no projeto 15 bolsistas da educação básica, cinco professoras das escolas públicas e três alunas de cursos de engenharias e exatas da UFPR.  

Lá, ela juntou duas paixões: o inglês e a robótica. Como a linguagem tecnológica é na língua estrangeira, passou a ajudar nas oficinas, que já atenderam aproximadamente 100 crianças de Palotina e região. Todos ensinam e aprendem, em um ciclo, como afirma a estudante. “Vejo um pouco disso em todos os projetos que estou fazendo. É uma busca de trazer mais oportunidade para as pessoas, assim como eu tive”. 

A coordenadora concorda com Karoline e diz que a aluna inspirará outras meninas e mulheres a modificarem suas vidas e de suas comunidades. “Tudo o que ela faz é com zelo e dedicação. É importante mostrar que todo o esforço e a persistência tiveram reconhecimento”, conclui Mara.

A participação de Karoline no Cargill Global Scholars junta-se a outros resultados positivos do projeto Meninas nas Ciências. No último ano, elas já conquistaram o quarto lugar no Festival Brasileiro de Minifoguetes; segundo e terceiro lugares na Jornada Brasileira de Foguetes; receberam medalhas de ouro, prata e bronze na Olimpíada Brasileira de Astronomia; além de terem sido bem classificadas no Festival Brasileiro de Minifoguetes e Robótica. 

 Por João Cubas 

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