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UNIVERSIDADE
FEDERAL DO PARANÁ

Escola Piloto de Engenharia Química da UFPR serve de modelo para instituições de vários estados

Um projeto lançado há cinco anos na Universidade Federal do Paraná está servindo de modelo para instituições de vários estados brasileiros. É a Escola Piloto de Engenharia Química (EPEQ-UFPR), que já inspirou a criação de unidades semelhantes em oito universidades. Desde a criação, a Escola produziu mais de 1.200 páginas de conteúdo técnico, ministrou 17 cursos de extensão e impactou diretamente mais de 600 estudantes.

 A EPEQ-UFPR foi criada em 2012, por iniciativa de Éverton Simões Van-Dal, na época estudante de Engenharia Química. Ele havia retornado de um intercâmbio de um ano e meio na França e sentiu a necessidade de dividir o aprendizado. “Durante o estágio  na França aprendi algumas coisas bem úteis para minha formação e que eu não havia visto durante a graduação”, conta.

Para colocar em prática a ideia do compartilhamento de conhecimento, Van-Dal, hoje engenheiro de Tecnologias Renováveis, inspirou-se na Escola Piloto da COPPE – Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade do Rio de Janeiro (UFRJ), que oferta cursos sobre assuntos que não são contemplados no currículo da universidade carioca. Mas criou um projeto com características próprias: ao invés de professores, os próprios estudantes preparam e ministram as aulas, com a supervisão de Tadeu Cardoso, professor orientador do grupo.

O docente lembra que aceitou tutoriar e apoiar a EPEQ-UFPR  porque acredita que é mais um caminho para valorizar o ensino: “Sou apaixonado pelo ensino e considero que a universidade tem como papel fundamental formar pessoas responsáveis, competentes, pró-ativas e que cumpram com dedicação sua função social de um cidadão com ensino superior, no qual a sociedade investe e do qual espera um retorno à altura”.

Para Cardoso, as tecnologias evoluem muito rapidamente na Engenharia Química, como em qualquer outro curso, e transferir essa velocidade para as reformas curriculares fica inviável. A EPEQ-UFPR busca suprir essa necessidade, por meio de caminhos como cursos de extensão. Entre as temáticas já trabalhadas na escola estão, por exemplo: Integração Energética, Análise de Riscos, Tratamentos Avançados de Efluentes, Logística, Intensificação de Processos.

Como funciona a Escola Piloto?

As bases de funcionamento da EPEQ-UFPR continuam as mesmas da sua fundação. Mas, como lembra o professor Cardoso, não há um modelo pronto, mas a construção de um caminho que vai sendo adequado à realidade. Um grupo de 15 alunos prepara e ministra aulas semanalmente, para o próprio grupo, sobre um tema inovador. Posteriormente, produzem materiais didáticos e compartilham esses conhecimentos com outros alunos de graduações.

“É intencional a proposta de que os próprios alunos ministrem as aulas. Por isso fechamos um grupo não muito grande, de 15 alunos, para conseguirmos manter o rendimento, a qualidade e conseguirmos preparar estes estudantes para repassarem o que aprenderam para mais pessoas” afirma o idealizador do projeto, Van-Dal.

A estudante Mariana Rudnick dos Santos, do 7º período do curso de Engenharia Química, lembra que decidiu participar da EPEQ-UFPR porque além de se interessar pela parte acadêmica, também se interessou pela oportunidade de estudar temas que não estavam na grade curricular normal do curso.

“Desde que entrei posso dizer que cresci muito. Tanto profissionalmente, quanto pessoalmente. Tornei-me muito mais responsável e aprendi a organizar meu tempo, além de desenvolver minha pró-atividade. Nas entrevistas de estágio, sempre que falo da EPEQ-UFPR, as empresas se interessam” – conta Santos.

O compartilhamento de conhecimento, no entanto, não fica apenas entre os estudantes da UFPR. A EPEQ-UFPR também ministra cursos para outras universidades e até mesmo empresas. Van-Dal explica que outras atividades foram incorporadas ao cotidiano da escola, como a organização de Semanas Acadêmicas e outros eventos.

5 anos de Escola Piloto

Desde a criação da escola, cerca de 60 graduandos já participaram como membros da escola. Oito temas inovadores, não contemplados no currículo do curso de Engenharia Química, foram estudados.

Não à toa, a EPEQ-UFPR serviu como inspiração para a criação de outras Escolas Pilotos (EP) no Brasil. Van-Dal conta que hoje o projeto também dá apoio e assessoria para estudantes de outras instituições que têm interesse em fundar uma escola piloto nos modelos da EPEQ-UFPR.

Oito Escolas Pilotos já foram fundadas com o apoio da EPEQ-UFPR. Entre as universidades que também adotaram o formato para alguns dos seus cursos estão a Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC), Universidade Federal do Ceará (UFC), Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Universidade Federal de São João Del-Rei (UFSJ), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).

Gustavo Fonseca Cambaúva, estudante do sétimo período de Engenharia Química da UFScar faz parte da Escola Piloto de Engenharia Química (EPEQ-UFSCar) da sua instituição, que foi fundada no final de 2015.

“O minicurso mais elogiado era, de longe, o de Análise de Riscos oferecido pela EPEQ da UFPR. Com essa informação fiquei curiosíssimo para saber quem ministrava um minicurso com tamanho sucesso, popularidade e até apostila entregue aos congressistas participantes da atividade. Foi aí então que conheci o projeto de Escola Piloto de Engenharia Química da UFPR e quis levá-lo para a UFSCar junto com mais três alunos daqui que também estavam no Congresso” – lembra Cambaúva.

Van-Dal, que hoje não acompanha presencialmente o dia a dia na EPEQ-UFPR conta que ainda está envolvido com a iniciativa e revela a satisfação que tem ao ver que seu projeto está crescendo e impactando cada vez mais pessoas. “É interessante também ver a evolução da EPEQ, sendo transformada e melhorada a cada geração de estudantes que participa da escola” – conta.

Movimento das Escolas Pilotos e o 1º Encontro Nacional das Escolas Piloto

Em 2016 iniciou-se no Brasil o Movimento Escola Piloto, a partir do qual novas escolas começaram a surgir no território nacional. Hoje já existem 8 EP, além da Escola Piloto de Engenharia Química da UFPR e outras 3 em fase de implantação.

Para fortalecer o movimento, trocar experiência e potencializar o desenvolvimento de cada uma dessas escola, acontecerá nos dias 21 e 22 de julho de 2017 o 1º Encontro Nacional das Escolas Piloto (I ENEP). A EPEQ foi eleita sede da primeira edição do evento, tanto por ser a pioneira , quanto por ter o apoio tanto do Departamento de Engenharia Química quanto do Setor de Tecnologia da UFPR.

Cambaúva, membro da EPEQ da UFSCar diz estar grato a esse movimento que está chegando nas universidades e ressalta “a importância da EPEQ da UFPR, que foi onde tudo começou, se consolidou e que, hoje, é tida como referência para todas as escolas pilotos que estão surgindo”.

Serviço:

Site da Escola Piloto de Engenharia Química

Por Dafne Salvador

 

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