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Equipe de Cheerleaders da UFPR luta para difundir a prática como esporte

Pouco conhecido no Brasil, o Cheerleading é muito mais do que animação de torcida. A prática é mundialmente reconhecida como esporte, inclusive fazendo parte, por meio da União Internacional de Cheerleaders (ICU), do grupo de federações de esportes admitidas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), o que pode ser um passo para que a modalidade se torne olímpica nos próximos anos. Na UFPR, um grupo de estudantes se dedica desde 2014 ao Cheerleading competitivo, e já tem títulos no currículo.

O estereótipo de meninas dançando com pompons ao lado do campo ainda está muito presente na imaginação dos leigos no assunto, o que dificulta difundir o esporte no Brasil. Quem escuta o termo “cheerleader” – traduzido para o português como líder de torcida – não imagina a dificuldade dos movimentos realizados na modalidade nem a dedicação e disciplina que eles requerem.

A equipe de Cheerleading da UFPR, batizada de Helgas&Hagares, foi criada em 2014 pela Atlética C7 – associação esportiva organizada pelo conselho de representação dos estudantes do Setor de Tecnologia (C7), com o objetivo de competir no evento esportivo Engenharíadas Paranaense. A equipe já começou com o “pé direito”, ganhando seu primeiro campeonato. A partir do excelente resultado, o grupo ganhou visibilidade e atraiu mais interessados em participar.

Segundo a coach da equipe, Yasmin Martinelli, o foco é desenvolver o Cheerleading dentro da UFPR, participar de competições e promover a integração entre os estudantes. Yasmin tem 24 anos, é estudante de Engenharia Civil e participa do Helgas&Hagares desde sua criação. “O que nós fazemos é o Cheerleading competitivo, disputando com outras equipes da modalidade. Não fazemos o chamado sideline, que é representar a torcida de uma equipe”, explica.

Foto: Arquivo Pessoal

Competições e seletivas

O Engenharíadas – que ocorre no meio do ano, normalmente em junho – só admite a participação de alunos do Setor de Tecnologia. Para os campeonatos nacionais, que geralmente acontecem entre novembro e dezembro, podem integrar a equipe alunos de todos os cursos. O tempo de preparação é curto e os treinos exigem disciplina.

As seletivas para escolha dos membros do grupo geralmente acontecem na segunda semana letiva de cada semestre, após uma semana de treinos abertos, nos quais são demonstradas as atividades realizadas pelos cheerleaders. “Convidamos toda a comunidade para participar dos treinos e aprender, pois como o esporte não é algo difundido no Brasil, poucos têm conhecimento. Assim, ensinamos alguns movimentos básicos e acompanhamos as pessoas que comparecem, tentando auxiliá-las a desenvolver suas habilidades. Com base nisso, fazemos a avaliação posterior, em que verificamos, principalmente, interesse, força de vontade, disposição e disciplina”, conta o outro coach do time, Maickol Kukolj, aluno de Engenharia Química.

Foto: Samira Chami Neves/ Sucom

“Habilidade nós sabemos que todo mundo tem capacidade de adquirir. Queremos pessoas determinadas a crescer junto com a gente e que não desistam no primeiro erro. É preciso ter garra, saber ouvir críticas e ter paciência”, revela Yasmin que não sabia nada sobre o esporte até juntar-se ao grupo. Assim como a coach, quase todos os membros aprendem a partir da estaca zero. Devido à baixa difusão da modalidade no Brasil, ter experiência está longe de ser um pré-requisito. Todos aprendem juntos.

“Temos praticamente quatro meses para treinar os participantes e desenvolver a coreografia que será apresentada na competição. Por isso treinamos muito, no mínimo duas horas por treino, e quanto mais perto ficamos das competições, aumentamos a frequência de treinos”, diz Yasmin.

A estudante conta que no início, o Helgas&Hagares surgiu da vontade dos estudantes, porém não se sabia muito sobre o esporte e era preciso recorrer a vídeos na internet para aprender os movimentos. “No começo, fazíamos a atividade sem nenhuma técnica. Depois que vencemos a primeira competição, fizemos um treinamento intensivo com um coach de São Paulo e seu grupo de atletas. Eles nos ensinaram diversas técnicas, as maneiras corretas e seguras de realizar as atividades e que cada um tem suas obrigações nas posições. É algo que deve ser feito em conjunto.”, comenta a cheerleader. A equipe ainda tem a ajuda de um treinador paulista que costuma vir duas vezes por semestre para orientá-la.

Elementos

O Cheerleader é um esporte que trabalha diversas técnicas, como flexibilidade, força e controle, além de ensinar o trabalho em equipe. Sincronia é outro fator decisivo para uma boa apresentação. “Os movimentos são pensados para cada participante. É necessário treinar disciplinadamente pois as pessoas precisam se sintonizar umas com as outras, para que tudo fique em sincronia”, explica Kukolj.

https://www.facebook.com/helgasehagares/videos/1270483306374854/
Ginástica, acrobacia e dança são elementos que compõem a modalidade. Chamada de Tumbling, a parte referente à ginástica constitui-se de mortais, piruetas, reversão para a frente (conhecida como estrela), etc. Já a acrobacia é construída, entre outras manobras, com elevação humana e pirâmides. A dança também é um item que deve estar presente nas apresentações. A dança envolve muitos requisitos como diferentes alturas, trabalho em pares, diversas formações e, sobretudo, não pode ser vulgar. “Os regulamentos de campeonatos têm, inclusive, a avaliação da vulgaridade da dança. É possível até perder pontos devido a isso”, conta o coach. Arremessos, saltos e figuras são movimentos também vistos nas coreografias.

Todos esses quadros devem estar presentes nas apresentações, que têm cerca de dois minutos e meio por equipe. Os requisitos são regulamentados e buscam padronizar as competições. Cada torneio tem suas normas, porém elas são muito semelhantes e, geralmente, têm fundamento no Regulamento Internacional Varsity. Além disso, deve-se seguir as regras de segurança mundiais, já que o esporte é dividido em níveis de segurança e não de dificuldade.

Relacionamento e superação

Além da atividade física, o Cheerleading também contribui para as relações sociais. Por ser um esporte que depende de muito trabalho em equipe, é natural que se construa relações de amizade e confiança intensas. “As pessoas aprendem a cooperar umas com as outras e superam os próprios limites. Todo mundo buscando um objetivo comum faz com que crie um vínculo, somos como uma família”, revela Yasmin.

Segundo Kukolj, o esporte incentiva a melhorar até nas questões referentes ao estudo. “É necessário se programar, se não houver disciplina com o estudo, você se perde. Passamos umas dificuldades, mas começamos a dar valor”, conta.

A estudante de Engenharia Civil, Karen Sanches, sempre foi apaixonada por dança e foi isso que a fez se envolver com o Cheerleading. “Acho ótimo, pois trabalha o corpo inteiro de diversas formas, inclusive a expressão corporal. É um esporte bem completo”, conta a cheerleader que está animada e com esperanças para a próxima competição.

Giulia Lemes é aluna de Arquitetura e já frequenta o time há três anos. “Eu indico muito para outras pessoas. Acho que é um esporte que está crescendo bastante e isso é bom, ter visibilidade, pois ainda há muitos com ideia errada sobre ele. Temos grandes expectativas para o próximo campeonato, pois já fomos três vezes campeões. Estamos trabalhando duro pra ganhar”.

Competições

Foto: Arquivo Pessoal

A próxima competição do Helgas&Hagares será dia 17 de junho no Engenharíadas Paranaense, que começa dia 15 e, este ano, acontece em Cascavel. A equipe venceu todas as edições desse torneio desde que surgiu sendo, portanto, três vezes campeã. Ao lado desses troféus, estão os de vice-campeões do Campeonato Nacional Cheer and Dance, em 2015, e de vice-campeões do Cheerfest Supernational, em 2016.

Segundo a coach Yasmin, quanto mais pessoas estiverem interessadas em fazer parte da equipe, mais isso fortalecerá a modalidade. “Queremos que as pessoas apareçam para os treinos abertos e para as seletivas. O objetivo é que vejam o que é o Cheerleading e compreendam o que realmente fazemos e que é algo que realmente requer dedicação”. A estudante também não esconde a vontade de ver o esporte sendo ensinado e praticado em escolas e por crianças, tal como ocorre com o futebol. “Como praticantes, acho que é nosso dever mostrar para as pessoas que essa é uma prática esportiva e que deve ser valorizada”.

Os próximos treinos abertos têm previsão para ocorrerem na primeira semana letiva do segundo semestre e, em seguida, logo haverá as seletivas. O grupo a ser formado pode ter estudantes de qualquer curso da UFPR e tem o objetivo de disputar o campeonato nacional. Todos os alunos estão convidados a participar. Mais informações podem ser encontradas na página do Facebook do Helgas&Hagares e dúvidas serão respondidas também nesse veículo.

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