Durante mais de 60 anos, o professor doutor Ennio Luz dedicou-se aos estudos sobre parasitologia e doenças parasitárias. Trabalhou no combate a doenças infecto-parasitárias nos mais distantes lugares do Estado do Paraná, quer seja no início da colonização do Estado, quer seja com a reemergência das doenças como Dengue e Leishmaniose.
Catarinense, chegou ao Paraná com 16 anos e fez parte da primeira turma de Medicina da Pontifícia Universidade Católica (PUC-PR). Foi professor e obteve o título de doutor na mesma instituição. Também foi pesquisador e diretor da Fundação Nacional da Saúde (Funasa) do Ministério da Saúde.
Trabalhou no Departamento de Patologia Básica da UFPR desde os anos 70. Os mais de 20 trabalhos científicos sobre esquistossomose e a participação no diagnóstico da presença da doença no Norte Pioneiro lhe renderam, em 2008 ,a Medalha Pirajá da Silva, concedida aos cientistas que mais se distinguiram na pesquisa e combate à doença no Brasil. Foi ainda um dos responsáveis pela erradicação da malária no litoral paranaense.
Mais recentemente publicou 20 artigos internacionais e nacionais sobre Leishmania Leishmaniose e vetores (Lutzomyia). Ajudou na organização e credenciamento dos cursos de Mestrado e de Doutorado em Microbiologia, Parasitologia e Patologia do Departamento de Patologia Básica. Mesmo aposentado, trabalhou até seus 85 anos de idade, pois continuava desenvolvendo estudos científicos e lecionando na disciplina de Entomologia Médica na UFPR.
Ennio Luz gostava demais do seu trabalho, amava os alunos e a Instituição pela qual sempre lutou. Lutou pela Universidade pública e gratuita até que as consequências de um acidente de trânsito, há cerca de dois meses, lhe ceifou a vida que tanto amava. Faleceu no dia 23 de novembro, aos 85 anos, de falência múltipla de órgãos.
A missa de sétimo dia será realizada hoje (29), às 19 horas, na Igreja das Mercês, Rua Manoel Ribas.
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Foto: Arquivo da família
Fonte: ACS (com informações de Vanete Thomaz Soccol)
