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Doutoranda surda defende tese na UFPR

Surda, a autora iniciou o processo de ensurdecimento provavelmente, conforme diagnóstico, no período da primeira gestação, em 2004, sendo que, só o foi percebido no decorrer da segunda gravidez, em 2006. Sílvia destaca que o fato de ter se tornado surda, viver a duplicidade de culturas bem como a condição de estrangeiridade em ambas, influenciaram radicalmente sua trajetória enquanto pessoa, professora e pesquisadora.

Identidade – Com certeza, ao passar a ter uma relação de pertencimento com o grupo de pessoas surdas, conhecendo as dificuldades advindas especialmente do estigma atribuído às deficiências e sendo vítima de atitudes preconceituosas cotidianas, faz com que se perceba como uma professora advoga a luta pelos direitos de todas as pessoas com deficiência dentro de uma motivação que corresponde à sua própria identidade.

Orientado pela professora Tânia Baibich – Faria, do Setor de Educação, o estudo defende que o ensino público oficialmente denominado bilíngue oferecido aos surdos, em escola específica, tem produzido iletrados funcionais devido ao preconceito. Nesse sentido, segundo a autora, colaboram também com o fato a não formação ou formação deficitária dos professores; o estigma de que o surdo é uma pessoa sem condições efetivas de desenvolvimento semelhante aos ouvintes e as tentativas de normalização do deficiente à cultura hegemônica (abafando os frágeis laços identitários que possui com seu grupo e consigo).

Capacitação – De acordo com a pesquisa, Sílvia aponta que a qualificação dos professores das escolas para surdos deve contemplar: a capacitação pedagógica na área de ensino; o conhecimento profundo dos processos diferenciados de desenvolvimento e aprendizagem do surdo e, fundamentalmente, o combate proativo na escola e na sociedade, mediante a produção de conhecimento novo, de uma pedagogia do antipreconceito que não mais os congele na condição de iletrados funcionais.

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Sílvia Andreis Witkoski
Foto: Arquivo

Fonte: Sônia Loyola