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FEDERAL DO PARANÁ

Do tradicional ao popular

Albert Vieira tem 12 anos e toca trombone há apenas um ano e meio e está participando da segunda oficina de banda no Festival de Inverno da UFPR. A primeira foi de “Prática de Banda Sinfônica”; neste ano participa na “Prática de Big Band”. Albert fala sobre a experiência de ser parte de uma banda: “Tocar em grupo é difícil nas primeiras vezes, tem que ter paciência para esperar os outros conversarem com o professor, mas depois acostuma”. O ministrante da oficina, Gilberto de Quiroz, explica que a Big Band difere da orquestra sinfônica porque tem piano, bateria e baixo, além de cinco saxofones, quatro trompetes, quatro trombones e flauta ou clarinete. “O Big Band é uma formação instrumental que teve início em 1930, nos Estados Unidos e acabou virando suingue”. Na semana de Festival, os alunos irão tocar samba, salsa, tcha tcha tcha cubano, jazz suingue e latin jazz. O grupo vai se apresentar no encerramento das oficinas, no sábado, com quatro músicas.

Já no campo da dança, a oficina de aprimoramento “Dança Contemporânea” atraiu dançarinos interessados em aprender novas técnicas com a diretora e coreógrafa gaúcha Eva Schul. “A Eva tem muita coisa para ensinar e eu espero aprender muitos exercícios novos até o final da semana”, espera a aluna Luiza Driessen. Eva esclarece que o intuito da oficina não é trabalhar uma determinada coreografia, pois o enfoque da dança contemporânea são os exercícios técnicos e de improvisação “Na dança contemporânea o dançarino tem que ser criativo”, arremata ela. Ela diz que esse tipo de dança é baseado na consciência corporal e na liberdade de esforços desnecessários. A oficina aborda a estética pós-moderna com base na teoria do sociólogo Theodor Adorno, em que ele diz que existem dois tipos de corpos: o veículo e o morto. O primeiro é mais usado no balé, jazz e nas bandas tradicionais. O segundo é quando o corpo fala por si, é consciente.

“A dança contemporânea não tem narração, não tem começo, meio e fim, é a representação da vida cotidiana, é a quebra do padrão”, descreve Eva. Uma das singularidades desta dança é evitar o uso dos palcos italianos, aqueles que se veem de frente. Ao invés disso, o espectador assiste à apresentação sob diversos pontos de vista e até pela perspectiva do dançarino, quando pequenas câmeras são instaladas nas roupas dele.

Outra variedade de dança que é jovem já tem muita história é o hip hop. Caio Fábio, ministrante das oficinas de “Hip Hop e Educação” e “Hip Hop”, encara a dança como uma filosofia contra o racismo e a violência que pode ser aplicada no ambiente escolar. Caio menciona Martin Luther King: “Em 1958 ele morreu e o hip hop nasceu como uma oportunidade para que os jovens negros criassem um espaço de diversão, livre do medo. Ele diz que o hip hop é uma luta pela ocupação da mente da criança e do adolescente, para que ele goste da dança e tenha objetivos como melhorar a forma física, a respiração, e assim ele vai passar mais tempo desenvolvendo o corpo e ser mais saudável.

As oficinas práticas de hip hop infantil ensinam as bases da dança, como o Top Rock e o Foot Work, quando se aprende o a técnica do passo e cada um incrementa como quiser. O encerramento das atividades do dia é feito com uma rodinha onde cada um mostra o que inventou com base nos movimentos aprendidos.

A turma dos adolescentes fará uma apresentação no sábado, no Theatro Municipal, e o tema será o Brasil, “apesar de o time ter perdido a copa, a gente ainda é brasileiro, né”, exclama Caio e a música será o hino nacional remixado.

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Oficina de Dança Contemporânea
Foto: Bruno Rolim

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Fonte: Juliana Blume