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Dissertação de mestrado gera livro sobre o teatro paranaense

A obra, de autoria do professor Geraldo Peçanha de Almeida, é resultado de seis anos de pesquisas nos arquivos da Biblioteca Pública do Paraná e da organização do Festival de Teatro de Curitiba realizado desde 1992.

“Minha proposta era contar os dez anos do Festival. Eu não queria que faltasse nada. Queria falar de todas as peças, autores e diretores, resgatando a crítica deste período – especializada ou não. E os problemas começaram justamente aí, porque o Festival não tinha tudo arquivado e nem mesmo um clipping e para compor a história dos cinco primeiros anos foi muito complicado. Levei seis anos para concluir a pesquisa, porque precisava juntar informações de 352 peças com todos os textos, ficha técnica e críticas”, conta Almeida.

Segundo ele, o trabalho funciona como uma seqüência de um projeto já iniciado pela professora Marta Moraes da Costa, também do Departamento de Literatura da UFPR, que já pesquisava o teatro paranaense. Quando Almeida apresentou seu projeto, ele foi totalmente aprovado porque toda a experiência do teatro paranaense perpassa pelo Festival. “É o teatro da década de 90 quando Curitiba começa a adotar a coisa da cidade modelo”, esclarece o autor. “O Festival de Teatro aparece neste contexto como parte de um projeto de política de governo voltada para o povo. Depois disso, vai tomando outros ares e formas com cursos de extensão, debates, palestras, deixando de ser só mais uma experiência mercadológica e se transformando numa experiência legítima.”

Assim o livro trabalha com fatos históricos, resgatando todo o cenário do teatro na época. Fatos como a construção da Ópera de Arame. “Descobri que o teatro foi construído para o Festival. Jaime Lerner estava na Prefeitura e Requião no governo do Estado. O desenho foi feito pelo prefeito num guardanapo e dois meses depois o teatro estava levantado”, lembra Almeida. “É a partir desse momento que a cidade se transforma totalmente com a vinda dos maiores artistas, diretores…todo mundo estava no primeiro Festival, comprovando que não era apenas mais um Festival, mas uma experiência que iria ficar por muito tempo em Curitiba.”

Outro fato lembrado é a apresentação do espetáculo “Aquariofobia” em 1996, primeira experiência em reality show. “Os atores ficaram numa casa de vidro em plena Praça Santos Andrade durante onze dias. Ele foi novo e único no teatro e eu conto como aconteceu”, diz. “Também falo sobre os melhores espetáculos, como o ‘Pixinguinha’. Ele aconteceu no segundo ano do festival num lugar que não tinha nada a ver com o assunto e com um público que também não era relacionado e, mesmo assim, as críticas foram 100% favoráveis. Foi um sucesso.”

Com 400 páginas, “Palco Iluminado” foi editado pela Editora da UFPR com captação de recursos pela Lei de Incentivo Municipal. A foto da capa da peça “Paraíso Perdido”, foi cuidadosamente escolhida por ter sido apresentada somente em igrejas e falar de algo que atravessava os tempos. “Eu também buscava um paraíso perdido de dez anos. Por isso a foto está na capa”, esclarece o autor que já começa a trabalhar em uma nova obra na qual discutirá o teatro brasileiro dos anos 90.

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Detalhe da capa do novo livro
Foto: Divulgação

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Fonte: Vivian de Albuquerque