“Fomentar, construir e disseminar o conhecimento, contribuindo para a formação do cidadão e o desenvolvimento humano sustentável”. Esta é a missão da UFPR e é resgatada aqui para falar não de um dos cursos de ensino superior, mas de ensino pós-médio: o curso técnico em Agente Comunitário de Saúde, ofertado pelo Setor de Educação Profissional e Tecnológica da Universidade (Sept).
Dione Menz, coordenadora de Políticas de Educação Profissional (Copep), afirma que o curso pode ser definido como “quando o aluno traz a mãe para a universidade”. Ela explica: ao ficarem sabendo sobre a oferta deste curso, os estudantes veem a possibilidade de seus pais voltarem a estudar e muitos acabam por convencê-los de que a UFPR também é lugar para eles. Assim, uma geração madura, muitos que não viam um banco escolar há pelo menos 30 anos, convive hoje no Sept com alunos com idade para ser seus filhos e netos.
O curso é ofertado desde 2011 e qualifica estudantes para a área de recursos humanos do Sistema Único de Saúde, na perspectiva do trabalho interdisciplinar, intersetorial e humanizado. Eles atuam como promotores da saúde, na prevenção de doenças e práticas educativas de atenção primária. Ou seja, eles aprendem desde temas como o processo saúde-doença, ética e legislação profissional, vigilância à saúde da mulher, da criança, do idoso, até políticas públicas relacionadas ao meio ambiente e à saúde ambiental.
De acordo com a coordenadora do curso, Izabel Ferreira, é possível afirmar que o SUS conta hoje com alguns agentes comunitários de saúde muito qualificados (para ser um agente não é necessária a formação técnica, basta o Ensino Fundamental completo para concorrer às vagas nos concursos das prefeituras), porque essas pessoas se formaram na UFPR.
O projeto pedagógico do curso inclui três módulos que abrangem políticas públicas ligadas à saúde, de assistência à saúde e saúde ambiental. A ideia é capacitar o futuro técnico à atuação que ele enfrenta efetivamente no dia a dia, na interface que ele representa entre a Unidade de Saúde de que faz parte e a comunidade que atende. Izabel e Dione comentam que muitos discentes chegam na universidade com uma visão limitada de mundo, chegam descrentes e desinformados e, dois anos depois, tornam-se cidadãos mais completos. “O que o curso faz é o que pode se chamar de inclusão”, conclui Izabel.
(Com informações da Prograd)