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FEDERAL DO PARANÁ

Ação integrada da UFPR recebe 191 mil reais para produzir EPIs para profissionais de saúde

A Universidade Federal do Paraná (UFPR) recebeu quase 200 mil reais para a confecção do protetor facial (face shield), um dos equipamentos de proteção individual (EPI) usado por profissionais de saúde em hospitais durante a pandemia do novo Coronavírus. O recurso, de R$191.532,00, veio pelo Ministério Público do Trabalho por meio da campanha “Essa Luta é de Todos Nós” realizada pela UFPR, FUNPAR e Ministério Público, que está fazendo arrecadações financeiras para auxiliar o poder público no combate ao Coronavírus.

O recurso encaminhado pela procuradora-chefe do Ministério público do Trabalho no Paraná, Margaret Matos de Carvalho, será utilizado para aquisição de equipamentos e insumos, especialmente impressoras 3D, utilizados na produção das peças.

Impressora 3D em ação na confecção das estruturas dos protetores faciais. Foto: Acervo Pessoal

Desde o início da pandemia, diversos setores e departamentos da universidade, em uma ação integrada, coordenada pela reitoria da UFPR, têm se dedicado a produzir o maior número possível de protetores faciais para atender as demandas hospitalares. Estão envolvidos o Setor de Artes, Comunicação e Design, de Tecnologia, de Exatas, o Setor Litoral, o Setor de Educação Profissional e Tecnológica (Sept), o Setor Palotina e o Campus Jandaia do Sul.

Logística

Para o professor Wilson Soares, do Departamento de Física, além de serem de fácil utilização, as impressoras 3D podem ser transportadas de forma simples. “Devido ao isolamento social, com as devidas autorizações regulamentares, os equipamentos estão sendo utilizados por alguns professores em suas próprias residências, o que tem propiciado um grande período de trabalho e aumentado a capacidade de produção de peças”. Ele afirma que a UFPR está aprimorando a logística para a distribuição de insumos, recolhimento dos equipamentos prontos e entrega nos locais de utilização.

Os modelos que estão sendo impressos na UFPR foram adaptados, após sugestões do Hospital de Clínicas e aprimoramentos do professor Sérgio Lajarin, do Departamento de Engenharia Mecânica. “Um deles é de uso geral e o outro é destinado às UTIs, por ser mais adequado para utilização de maneira contínua, a exemplo de situações em que os profissionais da área de saúde precisam permanecer com ele por 12 horas seguidas. Esse último modelo é mais complexo e demanda um tempo maior de impressão”, explica Soares.

“Temos que prezar para que os profissionais da saúde estejam bem protegidos, para que não pereçam e continuem seu trabalho no tratamento dos doentes”, comenta o professor José Eduardo Padilha de Sousa, vice-diretor do campus da UFPR em Jandaia do Sul, que também tem trabalhado arduamente nessa tarefa.

Para o professor Márcio Henrique de Sousa Carboni, do Departamento de Expressão Gráfica, a produção e distribuição das peças é uma forma de a universidade desenvolver seu trabalho utilizando a tecnologia com uma finalidade social. “Acho que é uma maneira de a gente retribuir para a sociedade. É importante neste momento a gente contribuir e dar um retorno, foi isso que me motivou a ajudar nessa causa”.

No início do mês, estudantes do Departamento de Engenharia Mecânica chegaram a fazer uma vaquinha virtual para atender à demanda dos hospitais de Curitiba. A meta era conseguir pelo menos R$ 10 mil para ajudar a manter a produção. “Temos recebido pedidos diários de pelo menos quatro hospitais e clínicas de Curitiba (o número tende a crescer), além do Samu e postos de saúde”, revela professor Sérgio Fernando Lajarin.

Engajamento

Soares comenta que os primeiros movimentos para a impressão propiciaram grande engajamento e motivaram a universidade a atuar em diversas frentes no cobate à Covid-19. “Criamos o grupo UFPR-rede combate COVID19, que congrega pessoas de várias unidades da UFPR. Além da impressão de protetores faciais, esse grupo está produzindo álcool em gel, álcool 70%, desenvolvendo protetores de leitos, protetores para ambulância e atuando na busca por insumos”.

Com o aumento de casos da Covid-19, a carência pelo equipamento tem seguido a mesma proporção. Por isso a verba chega em um momento bastante importante, possibilitando que a universidade utilize sua estrutura, mão de obra e conhecimento em prol da sociedade. Diversos hospitais serão beneficiados, especialmente o Hospital de Clínicas da UFPR e o Hospital do Trabalhador, instituições de referência vinculadas à universidade. O objetivo da UFPR é reunir cada vez mais parceiros — como empresas, universidades e fundações — para atender à demanda dos hospitais de forma mais eficiente.

Impressoras 3D

Após a pandemia passar, algumas impressoras 3D serão destinadas às unidades que estão imprimindo os protetores faciais e outras serão aproveitadas em cursos de extensão de qualificação e também para utilização com alunos de escolas públicas, principalmente no campus da UFPR em Piraquara. “Nestes cursos, projeta-se também a possibilidade de produção de materiais didáticos para apoio ao ensino, a serem feitos pelos próprios alunos. Há, ainda, a possibilidade de continuidade das impressões dos protetores faciais em virtude de um eventual reaparecimento desse vírus nos próximos anos. Assim, teríamos um estoque para uma fase inicial de atendimento a necessidades futuras. Novos modelos poderão ser futuramente desenvolvidos e essas impressoras serão muito úteis por propiciarem uma fácil prototipagem”, destaca o professor de Física.

Confira outras ações da UFPR na produção de protetores faciais:

Projeto da UFPR faz vaquinha para expandir produção de protetores faciais hospitalares contra a Covid-19

UFPR participa da produção de máscaras de proteção ao Coronavírus em impressoras 3D

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