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A poética de Shakespeare para crianças

Willian Shakespeare foi um dos primeiros escritores a descrever os sentimentos humanos sob o olhar poético. Seus personagens representam um pouco do que há de bom e de mau no homem e suas histórias trouxeram para as artes dramas, comédias e tragédias do cotidiano. O famoso teatro shakespeariano não só influenciou gerações posteriores como é relido e reinventado, evidenciando a pluralidade da criatividade do dramaturgo.

Em “Sonho de uma noite de verão”, apresentada ontem no 20º Festival de Inverno da UFPR em Antonina, Shakespeare conta uma história aparentemente comum: uma donzela prometida a um cavalheiro, mas que ama outro homem. A moça no caso é Hermia, que foge para a floresta com Lisandro para não casar com Demétrio. Este inspira amores em Helena. Lá os quatro deparam com sátiros, ninfas, fadas e outros seres encantados e assistem a um conflito entre o Rei das Fadas, Oberon e a rainha Titânia.

Na montagem da Companhia do Abração, os “atores” não são gente de verdade; são gente inventada… inventada de objetos tão comuns a nós quanto os personagens e os enredos de Shakespeare. Hermia é um par de sapatos de salto alto, Lisandro, um pote de talco, Demétrio, uma gravata e Helena, uma bolsa, objetos presentes no dia a dia das crianças. A história é contada por quatro velhinhos a serviço do Sr. Milkshakespeare.

De acordo com Pedro Vinícius Cerqueira, de 9 anos, a peça de destacou justamente por usar esses elementos lúdicos: “gostei porque contou uma história engraçada e que prendeu atenção; não era aquelas coisas chatas”. Já para seu amigo Thiago Albuquerque assistir a uma peça escrita há muito tempo é importante: “é bom quando a gente conhece um escritor de um modo fácil e adequado para nossa idade’.

De fato, Shakespeare consegue na mesma peça emocionar e fazer rir. É assim em Romeu e Julieta, Noite de Reis e até mesmo em Hamlet. A Companhia do Abração provou que “Sonho de uma noite de verão”, escrita nos anos de 1590, é uma história atual e adaptável para linguagens novas, inventadas, lúdicas, poéticas e coloridas e que formam um espetáculo a parte.

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Objetos em cena representam personagens.
Foto: Bruno Rolim

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Fonte: Lucas Gandin