Após 18 anos de vida, Jonathan Carvalho Veloso, filho do casal José Altamir Veloso e Andréa Carvalho Veloso, ouviu pela primeira vez.
Após um mês do Implante Coclear, Jonathan esteve no Hospital de Clínicas da UFPR para ativar o seu aparelho. O trabalho foi acompanhado por todos os presentes, inclusive a imprensa.
No auditório de otorrinolaringologia do HC, a fonoaudióloga responsável pela ativação, Gislaine Wiemes, sentou-se à frente de Jonathan, acoplou a parte externa do aparelho que compõe o implante à cabeça dele através de um ímã e lhe avisou: ‘Eu vou ligar, ok?’, talvez esta tenha sido sua última preocupação com a leitura labial. Segundos depois, Gislaine perguntou se ele estava ouvindo e o garoto fez um sinal de positivo, emocionando a todos que estavam a sua volta.
Após alguns testes e ajustes iniciais, os pais de Jonathan resolveram arriscar e tentar falar com o filho. Posicionado atrás do garoto – para que ele não lesse seus lábios – o pai pronunciou ‘Jonathan’, e o garoto repetiu ‘Jonathan’, superando as expectativas do médico responsável pela cirurgia, Rogério Hamerschimdt, que acreditava ser improvável, ainda no primeiro dia, o garoto distinguir e entender os sons que iria escutar.
A cada som ouvido, Jonathan dava um sorriso. Emocionada e com lágrimas nos olhos, a mãe disse ‘Filho, eu te amo’. Assim, Andrea cumpriu o prometido de serem as primeiras palavras a dizer ao filho assim que ele pudesse escutá-las. ‘O momento representou um sonho de 17 anos se realizando, pois quando nasceu ainda não sabíamos que ele era surdo’, completou a mãe.
Com as etapas do implante concluídas, o paciente ficará sob acompanhamento fonoaudiológico por aproximadamente dois anos, com duas sessões por semana, nas quais aprenderá a entender os sons, distinguindo-os cada vez mais e adaptando-os à fala.
Implante Coclear
Também chamado de ouvido biônico, o procedimento, que até então se dava apenas de forma particular no Estado, tem um custo de aproximadamente R$ 100 mil. Para o SUS o valor é de R$ 60 mil. ‘O credenciamento ocorre apenas em hospitais onde a credibilidade é muito grande e o HC, além de ser referência em muitas áreas, é o único que atende 100% SUS, em todas as especialidades’, afirmou Hammerschmidt.
Essa técnica, inovadora no mundo, foi iniciada em Curitiba pela equipe dos otorrinolaringologistas Marcos Mocellin e Rogério Hamerschmidt, ambos professores da UFPR e médicos do HC, que são representantes, da Central Brasileira de Implante Coclear (CBIC), chefiada por Ricardo Ferreira Bento, professor titular da USP e responsável por mais de 1.000 implantes.
Foto(s) relacionada(s):
Jonathan escuta pela primeira vez após o implante
Foto: Anna Luiza Dassie
Fonte: Renildo Meuer Assessoria de Marketing Institucional do HC
