Na última sexta-feira (20/03) as sessões de conciliação do Tribunal Regional do Trabalho (TRT) tiveram a mediação de estudantes de direito da Universidade Federal do Paraná (UFPR). A iniciativa acontece desde 2009 por meio do Projeto Horizontes, ligado ao Núcleo de Práticas Jurídicas da universidade, que além de oferecer aos acadêmicos a experiência de atuação profissional ajudam a justiça a dar mais celeridade aos processos.
Segundo o desembargador Márcio Dionísio Gapski, a ideia surgiu em 2008 quando ao dar uma entrevista para a tevê, pegou aleatoriamente um processo arquivado. “Eu tinha mandado aquele processo para cá quinze anos antes, então o repórter me perguntou o que eu podia fazer para resolver o problema, não daquele processo, mas de todos os outros, que eram quase 34 mil”. À partir daí Gapski procurou a ajuda de faculdades de direito e surgiu o Projeto Horizontes, que visa trabalhar com processos parados na justiça. Os acadêmicos estudam a situação e sugerem ao juiz procedimentos na tentativa de solucionar o processo.
O professor Sandro Lunard Nicoladeli, coordenador do projeto, explica que é importante para a formação dos estudantes ter contato com casos concretos, que eles além de estudar os processos, possam também conhecer as partes envolvidas e atuar como auxiliares do juiz como assistentes e conciliadores.
Pedro Carvalho, estudante do quinto ano do curso de Direito da UFPR, disse que a experiência ajuda a conhecer melhor o funcionamento da prática jurídica. “Você passa a encarar as coisas com mais realismo, começa a conhecer a realidade difícil da justiça do trabalho.”
A juíza Jacqueline Aises Ribeiro Veloso, contou que o trabalho dos estudantes tem auxiliado muito o trabalho no TRT e falou da importância para a formação profissional dos acadêmicos: “ter a oportunidade de vivenciar o processo real é fundamental para a vida profissional, seja como advogados, juízes ou promotores.”