Qual é o momento certo para se fazer testes rápidos de Covid-19? O vírus Sars-CoV2 foi criado em laboratório? Por que é importante o uso da máscara?
Uma equipe do Programa de pós-graduação em Genética da Universidade Federal do Paraná (UFPR) responde essas e outras perguntas na série “Será?”. São vídeos de cerca de um minuto, veiculados quinzenalmente no Instagram e no Twitter, que buscam esclarecer dúvidas da sociedade a respeito do coronavírus. Junto a cada post, há um link para baixar o vídeo e repassá-lo em outras redes, como o WhatsApp. “Pensamos em tentar evitar que essas pessoas se infectem, disseminando informação simples, direta e que proteja a população”, explica a coordenadora do projeto, professora Daniela Fiori Gradia.
A professora Jaqueline Carvalho de Oliveira explica que os temas são propostos de acordo com discussões que aparecem, por exemplo, em grupos de mensagens. “Essas informações podem ter um potencial danoso, por gerar um comportamento inadequado pela população, ou por trazer desconfiança do que a ciência tem produzido de conhecimento”, esclarece.
Todos os roteiros são revisados por docentes do Departamento de Genética, com dois objetivos: simplificar ao máximo os termos utilizados e manter a precisão do conteúdo. “É um trabalho conjunto para conquistar a audiência e ao mesmo tempo informar a população em um momento tão crítico como o que estamos vivendo”, revela o professor Douglas Adamoski.
Além da simplificação do conteúdo, a edição dos vídeos e a busca de imagens exigem certo esforço da equipe. Porém, ao final, esse uso se torna útil não apenas para as redes, conforme ressalta Adamoski: “Como os professores do departamento estão muito empenhados com as aulas no sistema de ensino remoto emergencial, todas essas novas habilidades têm se mostrado de grande utilidade”.
Também participam do projeto as professoras Enilze Ribeiro, Lupe Furtado Alle, Iris Hass e Luciane Viater Tureck, todas do Departamento de Genética; a professora da rede estadual Penélope Giacomitti; a doutoranda em Genética Ketelen Oliveira e a estudante de Ciências Biológicas Sofia Foladori Invernizzi.
Outras ações contra a Covid-19
Os professores e pesquisadores envolvidos atuam também na realização de exames de Covid-19 para aumentar a capacidade de testagem no Estado.
Nesse sentido, os Laboratórios de Citogenética Humana e Oncogenética (LabCho) e o de Imunogenética Humana (Ligh) realizam diagnóstico da Covid-19 com técnicas moleculares.
Um projeto aprovado recentemente visa reduzir os custos de ensaios de RT-PCR, que detecta do material genético do vírus. A equipe testa soluções que inativem o Sars-CoV2 no momento da coleta, o que permitirá que os exames sejam processados em mais laboratórios.
Outra ação traz propostas de adaptações ao protocolo de diagnóstico, para melhor utilização dos reagentes. Os laboratórios também realizam exames de servidores do Complexo Hospital de Clínicas da UFPR (CHC), que estão na linha de frente à atenção a pacientes acometidos pela Covid-19.
Para a coordenadora Daniela Gradia, é gratificante produzir e compartilhar informações de qualidade com a comunidade acadêmica e com a sociedade, “particularmente quando uma pessoa é tocada pela proposta e pode, a partir disto, modificar sua postura perigosa frente a pandemia, podendo reduzir as taxas de contaminação, internação e, em última instância, o número de óbitos que a Covid-19 ainda causará”, reflete a pesquisadora.
Por João Cubas
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