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FEDERAL DO PARANÁ

Vestibular 2017/2018: conheça três histórias de alegria, dedicação aos estudos e esperança no Banho de Lama

Já esperado pelos candidatos do vestibular da UFPR, o Banho de Lama é uma oportunidade de extravasar a alegria da aprovação em uma universidade pública federal após meses, por vezes anos, de estudo. As cenas comuns da festa são pessoas transitando de meia, se arrependendo de ter ido de chinelos, se equilibrando para fazer selfies sem danificar o celular, pulando com a Bateria da UFPR, esperando cerca de 40 minutos na fila por um banho no chuveiro ou sendo carregadas pelos amigos até a piscina de lama.

Por trás da celebração escrachada, porém, estão muitas histórias de superação de obstáculos. O portal da UFPR separou três dessas histórias, colhidas durante o Banho de Lama em Curitiba, no Campus Agrárias, na tarde sexta-feira (12), para inspirar os estudos de quem um dia quer estudar na Universidade Federal do Paraná.

Escola de manhã, trabalho à tarde e cursinho à noite

Ao longo de boa parte de 2017, Isabella Viana Neris se acostumou a dormir cerca de seis horas por noite, às vezes menos. Isso porque a menina, de 16 anos, estava cursando o 3º ano do Ensino Médio de manhã (no Colégio Estadual do Paraná, o CEP), trabalhava à tarde e fazia cursinho à noite.

Isabella Neris ao lado da mãe dela, Marli. Fotos: Samira Chami Neves / Sucom-UFPR

“Acordava às 6 horas e ia dormir à meia-noite”, conta. “Para compensar, enquanto o pessoal ia a festas, viajava, curtia os fins de semana, ficava eu lá, estudando”.

Apesar de tanto empenho, Isabella duvidou que passaria. “Como era tão corrido, cheguei a achar que nem daria em nada”. Por isso, deu uma olhada na Chamada Geral — especificamente, na lista de aprovados para o curso de Ciências Contábeis — antes de ir, com a família, ao Banho de Lama no Agrárias.

A mãe dela, Marli Viana Neris, estava tão feliz que nem se preocupou em levar a caloura para a casa coberta de lama e farinha, dos pés à cabeça. “Trouxe um plástico para forrar o banco do carro”, disse.

Amizade até na piscina de lama

Maria Izabel Bandil, de 18 anos, e Bruno Ramos Cerdan, de 23, se conheceram na prova do cursinho pré-vestibular e ficaram amigos depois de uma conversa no terminal de ônibus do bairro Capão Raso. Amigos inseparáveis: estudaram juntos e apoiaram um ao outro quando a rotina pesava.

Bruno ao lado da amiga, Maria Izabel (à direita), que o ajudou a empurrar a cadeira de rodas na lama

“Ele me ajudava, eu o ajudava no que era preciso. Onde um estava, o outro estava também”, conta Maria Izabel.

No fim das contas, Maria Izabel ajudou Bruno a participar do Banho de Lama empurrando a cadeira de rodas dele (atolando diversas vezes, por sinal) e sendo uma das pessoas que o carregou para a piscina de lama. Comemoraram juntos, ele, como calouro de Psicologia, e ela, de Educação Física.

“Era meu sonho, algo que eu queria muito”, conta Bruno, que prestou vestibular duas vezes até ser aprovado. “Vou me dedicar 100%”.

Retorno aos estudos que deu certo

Depois do baque de não ter conseguido nota em 2016, Weslen Zacheski Félix, 20 anos, colocou a cabeça no lugar e entrou o ano decidido a estudar para entrar na UFPR. “Vi que precisava me dedicar mais. Então, estudei para passar”, conta. Jogador de futebol profissional, parou de treinar — a rotina de atacante era puxada –, para voltar a estudar.

“Foi difícil, senti muita falta. Era meu sonho desde criança, eu tinha a faculdade como segunda opção”, conta. “Na minha idade, rompi ligamentos dos tornozelos, machuquei minhas costas sério. Me machuquei muito e era uma rotina complicada, treinava de manhã e à tarde. Não tinha tempo para nada e ainda tinha que lidar com contrato, empresário, falsidade”.

Nicole, uma das primas de Weslen, o ajuda a ficar bem na foto

Com fé de que iria passar, nem teve dúvidas em ir ao Banho de Lama. “Nem esperei a lista. Vi a nota de corte [de Terapia Ocupacional] e já sabia que tinha passado”.

Foi a família toda com ele: pai, mãe, tio, tia e primos. Além de festejar, o grupo ajudou Weslen a renovar as fotos para as redes sociais. “Vou colocar em tudo que é lugar”, brincava. Já o pai dele, Juscelino, foi um dos que se atirou na piscina de lama.

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