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FEDERAL DO PARANÁ

UFPR terá laboratório de referência no estudo do mosquito da Dengue

Detectar o vírus no mosquito antes que ele atinja a população e, ao mesmo tempo, analisar a resistência do inseto aos produtos que estão sendo utilizados em seu combate. É visando trabalhar com estes dois pontos que uma parceria entre a Universidade Federal do Paraná, a SESA – Secretaria Estadual de Saúde e a SETI – Secretaria do Estado da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior irá montar – em espaços na UFPR e na SESA – laboratórios complementares, que serão referência não apenas no Paraná, mas em todo o Sul do País, no que diz respeito a Dengue.

Os recursos já foram liberados pela SETI só está faltando a aprovação das plantas do projeto pelo Ministério da Saúde. Com isso, os primeiros resultados das pesquisas sobre a resistência deverão ser apresentados nos meses de junho e julho.

“O mais interessante de todo este projeto é esta relação de interação entre as secretarias e a universidade”, comenta o professor do Setor de Ciências Biológicas e coordenador do projeto na UFPR Mário Navarro. “Uma união entre a pesquisa e a ação. Na realidade, os trabalhos de pesquisa já estavam em andamento. O que estamos recebendo agora é um aporte que nos permitirá estudar também o vírus. Isto abre perspectivas não só para o estudo da Dengue, mas também para a Febre Amarela. Ou seja, foi uma decisão estratégica do Estado aberta à UFPR.”

O professor explica que os trabalhos nos laboratórios da SESA e da UFPR serão complementares, permitindo uma análise em grande escala da resistência do mosquito. A universidade está implementando a metodologia e também possibilitará o treinamento das equipes de trabalho. O trabalho da secretaria poderá dar vazão à análise de um número ainda maior de municípios. “Vale lembrar que enquanto a nossa vocação é a pesquisa, a da secretaria é justamente a prestação do serviço”, esclarece Navarro. “Hoje, sobre a Dengue, há um grande número de informações, mas ainda não se tem uma estratégia definitiva de vigilância entomológica e controle do vetor. A prevenção ainda é o ponto mais importante, mas exige políticas adequadas e, sobretudo, o envolvimento da comunidade. O que nós queremos fazer é justamente trabalhar algumas ações preventivas, indicando regiões onde as populações de mosquitos podem vir a desencadear epidemias, bem como o sorotipo do inseto – 1, 2, 3 ou 4 – e a eficácia das dosagens de inseticidas aplicadas no seu combate.”

OUTRAS PESQUISAS – O Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária do Departamento de Zoologia da UFPR já desenvolve pesquisas na área há algum tempo também com outros parceiros. É o caso da UNISUL, sediada em Tubarão, Santa Catarina. Com o Departamento de Ciências Biológicas daquela universidade, a UFPR estuda produtos químicos naturais para o combate aos mosquitos – nos criadouros e insetos adultos, à base de Andiroba, Citronela e outras plantas. A ligação já dura três anos com a orientação de algumas teses via Federal. A UNISUL faz todos os testes na parte química da formulação dos produtos e a UFPR os bioensaios.

A parceria com a SESA já dura quatro anos, com o desenvolvimento de teses verificando a questão da resistência.

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Mosquito da Dengue
Foto: Arquivo Google

Fonte: Vivian de Albuquerque