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UFPR publica semanalmente edital de alerta para áreas de risco da dengue

Diante do aumento dos casos de dengue no Paraná, inclusive com mortes registradas, as cidades paranaenses contam com o apoio da Universidade Federal do Paraná para a prevenção e controle da doença. Desde 1º de janeiro, a instituição vem emitindo um boletim semanal denominado SACDENGUE – Sistema de Alerta Climático-Meteorológico para Prevenção da Dengue. O boletim integra uma parceria entre o Laboclima ─ Laboratório de Climatologia da UFPR, o Simepar e a Secretaria de Estado da Saúde do Paraná. Toda segunda-feira a partir das 21 horas o sistema atualiza as informações da semana e indica as cidades do Paraná que apresentam condições de alto, médio ou baixo risco de proliferação da doença, com base no cruzamento de dados como temperatura, umidade relativa, chuvas e ventos.

O coordenador do projeto, professor Francisco Mendonça, explica que o SACDENGUE é fruto de pesquisas que começaram em 2003 sobre a expansão da dengue no Sul do Brasil, abordando as influências das condições climáticas sobre a doença. ‘Tivemos em 2010 um ano atípico, muito úmido, com ocorrência da doença no Paraná durante o ano todo, pela primeira vez em 20 anos. Normalmente, ela só aparecia de outubro a maio. Diante disso, decidimos lançar o alerta de riscos de infestação do mosquito vetor da dengue’, diz ele.

Atualmente, 17 cidades paranaenses são cobertas pela pesquisa, que tem abrangência de 100 km em torno dessas localidades. Fazem parte da lista: Apucarana, Cambará, Cascavel, Curitiba, Cianorte, Francisco Beltrão, Foz do Iguaçu, Guaíra, Guarapuava, Guaratuba, Londrina, Maringá, Palotina, Paranavaí, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu e Umuarama. O boletim semanal é utilizado pela Secretaria de Estado da Saúde para compor o mapa de monitoramento da dengue, divulgado diariamente, e que serve como base para as campanhas de controle da doença nos municípios do Estado. É importante ressaltar que o SACDENGUE possibilita evidenciar que, mesmo em áreas onde não há ocorrência atual da infestação do mosquito, podem se formar condições ambientais climáticas-meteorológicas adequadas à sua proliferação e, consequentemente, de risco de dengue.

O método para definição dos estados de alerta empregado no SACDENGUE foi desenvolvido tendo por base várias pesquisas relativas ao desenvolvimento do vetor em decorrência de condições ambientais climáticas, que embora não sejam as únicas responsáveis, são significativamente importantes na evolução do ciclo. Para a análise qualitativa das condições de cada uma das estações analisadas é considerada a quantidade de horas/dias com temperaturas favoráveis, associada à intermitência da precipitação pluviométrica, as quais favorecem um cenário ideal para a proliferação e ação do vetor, que nessas condições pode evoluir de ovo ao estágio adulto em até cinco dias. As áreas são assim classificadas em alto, médio ou baixo risco.

Para acessar os boletins do SACDENGUE, basta entrar no site do Laboclima, www.laboclima.ufpr.br.

Foto(s) relacionada(s):


Imagem do mapa de risco da dengue. As áreas em vermelho têm risco alto e em amarelo, médio risco
Foto: Laboclima/SACDENGUE

Fonte: Simone Meirelles