No início de agosto, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) embarcou, pela primeira vez, em iniciativa que coloca a academia para navegar por rios da Amazônia e levar conhecimento para mais perto de comunidades do oeste paraense. A 18ª edição do Imaginário nas Formas Narrativas Orais Populares da Amazônia Paraense (Ifnopap), também conhecido como Campus Flutuante, reuniu 170 pesquisadores e estudantes a bordo do Navio Amazon Star e percorreu cerca de 2 mil quilômetros pelos rios Guamá, Pará, Amazonas, Tapajós e Trombetas. A ação é desenvolvida em parceria das Universidade Federal do Pará (UFPA), Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa), Universidade Federal Rural do Pará (Ufra), Universidade do Estado do Pará (UEPA) e envolve instituições de diversas regiões do Brasil e mesmo internacionais.
O professor do curso de Medicina Veterinária da UFPR, Marcelo Molento, e o aluno de mestrado, Raphael Mendonça, foram convidados a integrar a programação do Campus Flutuante e, durante dez dias, participaram das atividades que são oferecidas tanto para quem está embarcado quanto para a população das cidades onde a embarcação atraca. Nesta edição de 2014, o navio partiu de Belém e chegou às cidades de Oriximiná e Santarém, todas no Estado do Pará.
“Em Oriximiná, fizemos uma palestra e uma oficina sobre os riscos de leptospirose. Na oficina, saímos com alunos da terceira série para avaliar pontos críticos para a presença de ratos e camundongos. Em Santarém, repetimos isto, só que com foco mais em doenças, e abordamos os riscos em manter animais selvagens em casa. Ainda em Santarém, reuni alunos de Veterinária das Faculdades Integradas do Tapajós para uma reunião técnica abordando o controle de doenças em animais selvagens. Foi uma ótima oportunidade, pois recebi mais de 70 pessoas no anfiteatro do Navio”, conta o professor.
O Ifnopap é considerado uma das mais importantes ações educacionais, culturais e ambientais da Região Norte do Brasil. Por meio de minicursos, palestras e oficinas de
diversas áreas científicas, o conhecimento produzido nas universidade se aproxima das comunidades e abre oportunidade para um intercâmbio de culturas. “Tive uma das mais gratificantes experiências da minha vida. Desde a partida, conhecendo quase 200 profissionais, até a recepção nas cidades, foi tudo novo. Os jovens foram muito entusiastas e pude transmitir uma grande quantidade de conhecimento técnico, cultural e ético para as comunidades”, avalia Molento.
A 18ª edição do Ifnopap ocorreu de 31 de julho a 9 de agosto de 2014.
Texto por Jaqueline Carrara
