Servidores Funpar-HC pedem validação do acordo coletivo, denunciam assédio do Sinditest e apóiam Reitoria

Uma comissão de servidores da Funpar (Fundação da Universidade Federal do Paraná) lotados no Hospital de Clínicas entregou ao reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, abaixo-assinado contendo 329 nomes de colaboradores que pedem a validação do Acordo Coletivo de Trabalho anulado pela Justiça do Trabalho por causa da greve deflagrada pelo Sinditest (Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Terceiro Grau Público de Curitiba). O mesmo documento foi entregue ao diretor-geral do Hospital de Clínicas, Flávio Tomasich, e ao superintendente da Funpar, Paulo Mello Garcias.
O grupo também declarou apoio às posições assumidas pela UFPR em relação à Ebserh (Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares) por considerar que o modelo de gestão compartilhada do HC defendido pela Reitoria – a ser votado até o final de agosto pelo Conselho Universitário – é o único capaz de garantir tanto os empregos da categoria quanto a melhoria dos serviços prestados pelo Hospital de Clínicas.
Na reunião com o Reitor Zaki Akel Sobrinho, a comissão de servidores também denunciou que, na tentativa de coletar as assinaturas, foi coagida por representantes do Sinditest que queriam inviabilizar o documento. O grupo afirmou que não se sente representado pela organização porque foi prejudicado pelos sindicalistas. “O Sinditest vem tomando decisões em aviltante prejuízo aos trabalhadores, muitas vezes induzindo-os a erro, e chega a impedir que muitos empregados participem das assembleias só porque são contrários às suas decisões arbitrárias”, denunciou uma das representantes da comissão, Rosemari Nunes Ferreira.
Compromisso com servidores
O ACT assinado e não cumprido pelo Sinditest garantia, entre outros benefícios, reajuste salarial escalonado à categoria de 5,82% a 7,74%. Eles chegaram a receber os aumentos antes da ruptura do Acordo Coletivo mas, com a decisão do Sinditest de entrar em greve e a conseqüente decisão da Justiça do Trabalho de anular o ACT, estes reajustes foram anulados.
O reitor Zaki Akel declarou apoio ao abaixo-assinado e agradeceu a atitude dos servidores. “Se depender apenas da minha vontade, darei os reajustes imediatamente. Nós já tínhamos feito isso antes do rompimento do Acordo Coletivo, quando concedemos um reajuste acima da inflação, apesar dos problemas financeiros que enfrentamos. Mas, com o fim do Acordo Coletivo por causa da greve deflagrada pelo Sinditest, entramos em dissídio coletivo e, agora, precisamos saber se a Justiça do Trabalho aceita esta proposta”, comentou o reitor da UFPR.
Ele também reafirmou que tem lutado incessantemente para manter todos os trabalhadores Funpar-HC até a sua aposentadoria, o que será possível por meio da ação civil pública que será pactuada com os servidores, com a mediação da Justiça do Trabalho e do Ministério Público do Trabalho. O reitor esclareceu que os servidores terão a possibilidade de fazer um curso preparatório específico para o concurso público, que será promovido possivelmente no início do próximo ano. “Se depender de nós, vocês ficarão conosco até suas aposentadorias. Precisamos da competência, da experiência e da seriedade de vocês para ampliar e melhorar os serviços do Hospital de Clínicas, em benefício da comunidade”, disse.
Debate público
Comprovando a transparência com que têm conduzido a questão da Ebserh, a Reitoria e a Direção do HC da UFPR promovem assembleia comunitária nesta quinta-feira, no 7º andar do Anexo B do HC, para esclarecer todas as dúvidas dos servidores a respeito do tema. Para esta reunião, foram convidados todos os servidores da Funpar-HC , do quadro da Reitoria e representantes do Ministério Público do Trabalho, Justiça do Trabalho e Funpar. “Convidamos todo mundo porque queremos que a reunião seja o mais aberta e democrática possível”, explicou o reitor da UFPR.