Começar pela escola na qual foi aluno teve um significado especial para o reitor Carlos Moreira Júnior que na noite da quarta, 17, esteve no Colégio Estadual do Paraná falando para cerca de 300 estudantes do Ensino Médio, na sua maioria, pré-vestibulandos.
O objetivo da visita é levar informação sobre o processo seletivo da UFPR e principalmente esclarecer dúvidas sobre a questão das cotas para alunos de escola pública e negros, que representam 40% das vagas ofertadas no vestibular da UFPR. E as dúvidas não são poucas. Para a aluna Fernanda Sala de Paula sabe que tem direito às cotas, mas não sabe exatamente como funciona o processo de seleção para quem se candidata nessa condição. ‘Gostaria de saber se vou concorrer ao 100% das vagas ou apenas às vagas das cotas?’
Já para o aluno Edinaldo Nogueira da Silva, que irá concorrer pelo processo de cotas para negros, quer saber como exatamente funciona a inscrição e o próprio vestibular. ‘Acho importante ter um número maior de negros na Universidade’, enfatiza. Além dessas dúvidas, durante a explanação do reitor, muitas perguntas foram feitas e que revelavam ainda o desconhecimento sobre o processo seletivo e as cotas. Foram perguntas sobre a questão de concorrência, insenção de taxa de inscrição, quem pode concorrer nas cotas, se vale à pena concorrer pelas cotas, entre outras.
Além das dúvidas normais, os estudantes do Colégio Estadual do Paraná também demonstraram que possuem opinião sobre o assunto. Entre as questões colocadas na discussão com o reitor, esteve a colocação de porque os 40% das cotas não são colocadas para os estudantes das escolas privadas, com a argumentação de que eles teriam condições de pagar pelos estudos e por isso não precisariam estudar em uma universidade pública. Outra questão levantada foi sobre se a cota para negros não é uma forma de descriminação.
Para o reitor, os questionamentos dos estudantes são legítimos e precisam ser esclarecidos. ‘Sabemos que existem muitas dúvidas em relação ao vestibular e ao processo de cotas, principalmente porque não conseguimos ocupar todas as vagas oferecidas no processo de cotas. Por isso, nos dispomos a ir até as escolas e conversar com os estudantes, esclarecendo as dúvidas no ambiente deles. Hoje vimos o quanto essas dúvidas são reais e apesar de já estarmos indo para o quarto vestibular com o processo de cotas, ainda existem muitos questionamentos sobre sua importância e validade. Só essa conversa mais próxima, trazendo a informação, é que conseguiremos disseminar este importante programa que tem mudado a nossa universidade’, esclarece o reitor Carlos Moreira.
Para a diretora do Colégio Estadual e professora da UFPR, Maria Madselva Ferreira, essa disposição da Universidade em conversar com os estudantes é muito importante. ‘Abre espaço para que os alunos se manisfestem e possam compreender que há espaço para eles na universidade.’
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Reitor em visita ao Colégio Estadual
Foto: Isabel Liviski
Estudantes do Colégio Estadual
Foto: Isabel Liviski
Fonte: Patricia Favorito Dorfman
