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FEDERAL DO PARANÁ

PRPPG trabalha pela criação de um escritório de transferência de tecnologia

Outra meta da pró-reitora é estruturar um escritório de transferência de tecnologia. Foi sobre esse assunto que Maria Consuelo conversou com a Assessoria de Comunicação da UFPR.

ACS – O que já existe de concreto sobre o tema?

Maria Consuelo – “Já foi apresentada ao Conselho de Administração em dezembro do ano passado, a criação de uma Agência reunindo todos os órgãos que tratam da propriedade intelectual e que na realidade tratamos da transferência, do desenvolvimento tecnológico para a indústria.
Esse é um assunto importantíssimo, vital, crucial para o desenvolvimento do País. Temos inúmeras universidades no Brasil que já tomaram a frente disso e outras que já estão disparando. E nós na UFPR estamos ainda com a burocracia obstruindo o andamento, muito em função da falta de conhecimento sobre a importância e o assunto. Estou indo a Gramado para mais um encontro sobre a questão da inovação e desenvolvimento tecnológico. Vou contatar pessoas que venham fazer pesquisa para uma ampla divulgação sobre o tema.”

ACS – Qual seria o nosso ponto forte hoje?

Consuelo – ‘Nós temos vários pontos fortes, abrangemos todas as áreas que têm maior demanda hoje e que são mais visíveis, mas facilmente visualisáveis. As que temos produtos prontos que podem ser desenvolvidos pelas industrias e pelo país, as áreas tecnológicas, as engenharias, engenharias de alimentos, você tem produtos, as barrinhas de cereais que foram desenvolvidas na UFPR. O que está falho é a transmissão desse conhecimento gerado para o setor produtivo. Uma das áreas que tem muita demanda hoje em diversos segmentos é a de raio ‘laser’, usado tanto na medicina, como na indústria e em muitos setores.”

ACS – A UFPR pode ser considerada referência em algumas áreas?

Consuelo- “A UFPR NAO É UMA ILHA DE EXCELÊNCIA. Tem aqui na UFPR e também no estado e no País. Nós temos de parar de pensar como pobres. Não somos mais pobres. O país não é mais pobre. Nós temos que começar a pensar na melhor utilização dos recursos porque os eles existem, mas têm de ser cavados. Temos que usar esses recursos de forma aplicada. As excelências existem em instituições federais, estaduais, municipais que estejam no Estado do Paraná ou em qualquer outro lugar. Nós temos excelências. Muitas excelências. Somos mais um. Dentro do estado somos a instituição com maior produção, porque temos o maior número de doutores, de professores e de pessoas capacitadas.”

ACS – E como estamos posicionados hoje?

Consuelo – “A UFPR passou do 16º lugar para o 11º no ‘ranking’ de produção científica no País. Vamos chegar ao quinto pelo menos. E conseguimos esse avanço porque tínhamos 38% de doutores e hoje temos 52% com dedicação exclusiva, quer dizer, são pessoas qualificadas e que têm tempo para pesquisar. Não adianta ter pessoas treinadas e não disponibilizar tempo para que possam atuar no campo científico. Existem muitas universidades que cometem esse erro. O indivíduo fica afogado em determinadas atividades e não têm tempo para fazer essa produção. Se nós continuarmos com essa política de contratação só de doutores e, que tenham tempo para fazer pesquisa, quando chegarmos a 80% de titulados certamente sairemos do 11º para uma posição entre os cinco melhores do País. Nós no Estado somos destaque tradição. Temos uma competência que vem aumentando dia-a-dia.”

ACS – A meta para o próximo ano é crescer em quanto?

Consuelo – “Nós temos que aumentar a pesquisa. Temos atualmente menos de 400 grupos e podemos aumentar nos próximos anos até duplicar, mas o número só não indica. Temos que aumentar a qualidade e a produção desses grupos. Essa qualidade você consegue absorvendo um número maior de pessoal qualificado, incentivando àqueles da casa que ainda não tem doutorado a se titular, contratando os novos já com título de doutorado para chegar a um índice elevado. E se a Universidade ainda adotar políticas de incentivo à produção, dando por exemplo, um enxoval básico para que possa iniciar a sua pesquisa e enganchar num grupo que já esteja produzindo e que diga, eu tenho esses reagentes para oferecer, que a Universidade adote uma política de incentivo à pesquisa, com certeza você vai ter um grande deslanche. Agora, isso não temos ainda. O professor que é absorvido na UFPR vai por conta própria buscar parcerias e se entrosar em grupos já formados encontrando dificuldades, já que ele não tem nada a oferecer. Vai ter que abrir a porta do laboratório e ver ele gastar os produtos que você conseguiu roendo as unhas, com muito esforço. Então é uma solidariedade que deve ser incentivada e a ser praticada, mas não só isso. A Universidade também deve oferecer uma estrutura ao novo pesquisador. Isso é uma política que nós discutimos dentro da Universidade e que pode vir a se tornar realidade. Também é um sonho.”

Foto(s) relacionada(s):


professora Maria Consuelo
Foto: Izabel Liviski


Alunos do cursinho na CIC
Foto: divulgação

Fonte: ACS