As corridas de rua são uma forma prática e acessível de realizar atividade física e atraem cada vez mais interessados. Pensando em traçar um perfil das mulheres praticantes da modalidade no município de Curitiba e dos fatores ambientais associados à atividade, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) desenvolve um projeto que avalia a função musculoesquelética da coluna e dos membros inferiores dessas atletas e busca estimular a construção de políticas publicas para o esporte feminino na cidade.
De acordo com a professora Ana Carolina Brandt de Macedo, uma das coordenadoras da iniciativa, a avaliação da função musculoesquelética consiste na análise de cinco fatores: amplitude de movimento e flexibilidade, força muscular, coordenação, resistência, e propriocepção, isto é, a capacidade de reconhecer a localização espacial do corpo, posição e orientação, a força exercida pelos músculos e a posição de cada parte do corpo com relação às demais, sem necessariamente usar a visão.
“Avaliando a função musculoesquelética, podemos verificar os déficits e as alterações musculoesqueléticas que podem levar ao aumento de lesões. Traçando esse perfil, é possível elaborar um tratamento ou um treinamento adequado para cada corredora”, explica Ana Carolina.
O projeto é realizado em duas etapas. Em um primeiro momento, as mulheres respondem a um questionário que contribuirá para embasar a criação de políticas públicas para o esporte feminino e para aperfeiçoar o trabalho de profissionais da área. A segunda etapa consiste na avaliação físico-funcional presencial das participantes e na entrega de laudo fisioterapêutico com os achados da avaliação.
“As participantes receberão um laudo fisioterapêutico com todos os dados encontrados na avaliação e assim poderão verificar eventuais alterações que podem ser tratadas para diminuir a predisposição a lesões e melhorar a performance na corrida”, destaca a professora.
Para participar do estudo, as mulheres devem ter 18 anos ou mais, ser praticantes de corrida há pelo menos dois anos e ter participado de, no mínimo, uma corrida de rua nas modalidades 5, 10 ou 21 quilômetros de distância nos anos de 2022 e 2023. As atletas que se enquadram nesse perfil precisam, inicialmente, responder este questionário on-line e aguardar as próximas etapas.
O projeto é coordenado pelas professoras Ana Carolina Brandt de Macedo e Talita Gianello Gnoato Zotz, do Departamento de Prevenção e Reabilitação em Fisioterapia da UFPR, e conta com alunos do curso de graduação em Fisioterapia da UFPR e com mestrandos do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da UFPR e do Programa de Pós-Graduação em Educação Física da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).