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FEDERAL DO PARANÁ

Projeto estuda poluição e cheias do Rio Barigüi

Foi justamente para estudar essa bacia, uma das mais importantes de Curitiba e região metropolitana, que o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental da Universidade Federal do Paraná implantou, há cerca de nove anos, o “Projeto Bacia Experimental do Barigüi”. A idéia é aproximar a formação dos alunos de um problema real, já apontando possíveis caminhos para a melhora da situação.

Os resultados de todos esses anos de pesquisa estão disponíveis para consulta de qualquer pessoa e/ou instituição interessada no assunto e, em breve, deverão estar também visíveis num site na Internet.

“Num primeiro momento, o que queríamos era montar uma bacia-escola”, esclarece o professor Cristóvão Fernandes, um dos coordenadores do Programa. ”Queríamos um laboratório onde nossos alunos pudessem melhorar o seu aprendizado. E o que encontramos foram problemas para todos os gostos, decorrentes das ocupações rurais, urbanas e industriais, além de problemas como as cheias e a degradação da qualidade da água do Barigüi.”

Segundo Fernandes, o Rio Barigüi é completamente poluído como se fosse um grande esgoto a céu aberto. Por isso, a cada quinze dias são feitas medições para coleta de novos dados para a pesquisa. O resultado é um grande diagnóstico que tem como principais beneficiários os comitês e agências de bacias hidrográficas, instituídos pela Lei Federal 9433 de 1997 para a gestão dos recursos hídricos.

Produtos – “Os principais produtos de nossa pesquisa são a consolidação de uma matriz de poluição; o entendimento das características hidrológicas da bacia; o estudo das condições de reuso da água em estações de tratamento de esgoto, além do monitoramento da qualidade e do estabelecimento de instrumentos para avaliação da sustentabilidade econômica de um programa de controle de cheias”, enumera o coordenador.

“Todo esse trabalho já gerou outras três dissertações de mestrado, seis trabalhos de iniciação científica e a publicação de seis artigos em congressos, assim como motivou a elaboração de um segundo projeto na mesma área: o ‘Projeto de Enquadramento de Corpos D’Água’, que dirá quais as condições de qualidade que todo o rio deveria ter, segundo o que é estabelecido na própria legislação federal.”

Neste novo projeto, que terá parceiros como a SANEPAR e a SUDERHSA – Superintendência de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Saneamento Ambiental, a UFPR participará de uma rede nacional que estudará o tema. “E foi justamente a criação da bacia-escola do Barigüi que nos proporcionou essa possibilidade mais ousada”, emenda Fernandes.

Segundo o professor, a maioria dos rios de Curitiba e região metropolitana estão fora das chamadas condições de enquadramento. Por isso é tão importante analisá-los também. “É interessante passar para a sociedade a idéia de que é preciso pesquisar e observar para poder se tomar decisões. Sabermos o rio que queremos e o rio que podemos.”

O Projeto Bacia Experimental do Barigüi também é coordenado pela professora Maria Cristina Borba Braga, do Departamento de Engenharia Química, e inclui mais sete bolsistas, sendo três de iniciação científica, três de mestrado e um pesquisador doutor. Só nos últimos dois anos foram investidos cerca de R$ 300 mil em recursos do Fundo Setorial – Setor Hídrico do Governo Federal. No início, recebeu verba também da FINEP – Financiadora de Estudos e Projetos do BNDES – Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social.

O término das pesquisas, com a elaboração de um relatório final, está previsto para julho deste ano. “Entender a natureza é como um namoro”, conclui Fernandes. “Você precisa estudar, observar e medir as informações para saber como agir. E é justamente isso que estamos fazendo neste tempo todo na bacia-escola do Barigüi.”

Foto(s) relacionada(s):


Projeto Barigui reúne professores e alunos em pesquisa
Foto: Arquivo Projeto


Resultados do projeto estarão disponíveis na internet
Foto: Arquivo Projeto


Rio Barigui, um dos mais poluídos
Foto: Arquivo Projeto

Fonte: Vivian de Albuquerque