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FEDERAL DO PARANÁ

Profissionais de educação de surdos ganham centro de apoio

A nova unidade funcionará nas dependências do NAPNE – Núcleo de Apoio ao Portador de Necessidades Especiais da Pró-Reitoria de Graduação. É um centro viabilizado pela parceria entre o MEC, UFPR e Secretaria Estadual de Educação, por meio do Departamento de Educação Especial.

Autoridades vinculadas à Secretaria de Educação e da Universidade e ligadas às organizações que atuam na educação para surdos prestigiaram a cerimônia, marcada pela alegria dos participantes em ver finalmente ser materializado um espaço que trabalhará pela inclusão do surdo na universidade. A coordenadora do NAPNE, professora Laura Moreira, externou a felicidade de ver uma luta de dez anos na defesa da inclusão dos portadores de necessidades especiais frutificar: primeiro com a criação no NAPNE há dois anos e todos os projetos, e agora abrindo a universidade para integração com outras instituições. O mesmo sentimento mostrou Ivelise Arcoverde, superintendente da SEED, falando da necessidade de qualificação dos professores da rede pública, ampliando o processo de formação desses profissionais para a questão das deficiências auditivas.

Heloir Montanher, instrutor da Língua de Libras que atuará no CAS, entende que a nova unidade apresentará uma comunidade surda que não estava sendo mostrada, divulgando a língua e propiciando cursos e capacitações para preparar a participação dessa parcela da sociedade no mercado de trabalho. A língua de sinais é considerada a língua materna do surdo, ou seja, o aprendizado do português seria o equivalente ao de uma língua estrangeira. Na própria entrevista, os instrutores falaram por meio de sinais, com tradução para que os jornalistas entendessem o que estavam expressando. Para Dagoberto Rocha, outro instrutor, as pessoas que trabalham com surdos têm que conhecer a linguagem de sinais e mesmo os que não trabalham verão como trabalhar melhor dentro da cultura do surdo que é diferenciada, totalmente visual. Por isso, ambos os instrutores mostraram, assim como quem trabalha com americanos têm que entender o inglês, quem trabalha com os surdos devem conhecer a língua de sinais. Claro, dentro de uma opção, em que ninguém é obrigado, mas está sendo convidado a conhecer.

Além de dar maior visibilidade para as necessidades dos surdos, o novo Centro está sendo visto como ferramenta para sensibilizar a comunidade universitária. “É a universidade quem ganha com a inclusão dessas pessoas”, ponderou a pró-reitora de Graduação Rosana Albuquerque de Sá Britto, lembrando que o momento é simbólico para a UFPR que decidiu recentemente ofertar vagas suplementares no vestibular para os portadores de deficiências. O CAS atenderá não apenas aos professores que trabalham com surdos mas também profissionais, alunos e demais interessados. A estrutura do centro é financiada pelo MEC, que forneceu recursos para compra de equipamentos, mobiliário e capacitação da equipe gestora; a Secretaria de Educação do Paraná entra com os recursos humanos e materiais e a UFPR/NAPNE, com o espaço físico.

O centro trabalhará com cinco frentes: promoção de cursos para capacitação profissional, produção de materiais didático-pedagógicos, criação de materiais com novas tecnologias, atividades de pesquisa e novas mídias – um diferencial que buscará também a criação midiateca com materiais sinalizados – e um núcleo de convivência. “Esse Núcleo representará um grande ganho na sensibilização da comunidade. Vamos trazer a comunidade surda para dentro da universidade”, explicou a coordenadora do CAS Sueli Fernandes, professora especialista em Libras/Português, contratada recentemente pela UFPR e que também atua na SEED. Ela comentou que a linguagem de sinais hoje é desvalorizada e desprestigiada e da situação difícil por que passam os surdos, que é ser brasileiro e não dominar a língua de seu próprio país. Situação que ela pretende mudar por meio do centro, capacitando cada vez mais pessoas a dominarem a língua e derrubarem as barreiras de comunicação.

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Professores de Libras fazem o símbolo do CAS
Foto: Izabel Liviski


Solenidade de inauguração do CAPS
Foto: Izabel Liviski


Interpretação do Hino Nacional Brasileiro em Libras
Foto: Izabel Liviski

Fonte: Leticia Hoshiguti