Tomou posse nesta segunda-feira (9), a nova direção do Setor Litoral. Elisiani Vitoria Tiepolo, do curso de licenciatura em Linguagem e Comunicação foi empossada como direta e Lourival de Moraes Fidelis, do curso de licenciatura em Educação do Campo, tomou posso como vice-diretor.O mandato da nova equipe, que foi eleita com 56% por cento dos votos da comunidade acadêmica, será de quatro anos.
A cerimônia de posse aconteceu no Auditório Juliano Fumaneri Weiss com a presença do reitor Ricardo Marcelo Fonseca, pró-reitores, diretores de diversos setores da UFPR e autoridades locais. Com a posse de Elisiane, atualmente metade dos setores da UFPR têm mulheres na sua direção.
O grupo de maracatu Omo Omi, de Matinhos, abriu o evento. Antes do início dos discursos, a execução do hino nacional foi acompanhada pela banda 100 Limites, composta por estudantes da Escola Municipal Ilha do Saber que presta atendimento educacional especializado a pessoas com deficiências nos níveis moderado e severo, no balneário de Mirasol, em Pontal do Paraná.
A nova direção sucede os professores Renato Bochicchio e Luis Eduardo Thomassim, que abriram as falas. Para Bochicchio, diretor do Setor Litoral pelos últimos oito anos (quatro deles como vice-diretor na gestão de Valdo Cavallet e quatro como diretor), o momento é de desafios e também de oportunidades de fortalecer laços e forças.
Bochicchio ressaltou que a presença da UFPR no litoral tem como principal propósito fazer da instituição uma agente de desenvolvimento local em longo prazo, atuando junto a outras instituições em políticas públicas na promoção do desenvolvimento social e econômico da região. “Também estamos aqui para dar acesso ao ensino superior público a pessoas que não haviam pensado em acessá-lo. Temos o propósito de promover a diversidade, as culturas, os saberes locais e a cidadania”.
Thomassim destacou que estar em uma universidade pública é fazer parte de uma história que transcende. “Para fazer uma gestão democrática é preciso saber lidar com a contradição, com o contraponto, com a diversidade”. Ele elogiou também a atuação de toda a equipe de servidores do Setor Litoral, especialmente aqueles que deram apoio direto ao gabinete e coordenaram as equipes acadêmica e administrativa.
A nova diretora, em seu primeiro discurso, apontou a relevância da atuação dos educadores em todos os níveis de ensino. “Se estamos reunidos hoje aqui na universidade é porque os professores superam diariamente as precariedades para que crianças aprendam a ler, escrever, contar. Para que a escola seja um lugar de aprender e conviver”.
Para Elisiane, os estudantes são o motivo da universidade existir. “Assim compreendo a universidade, uni e versidade, como um lugar de todas as versidades. Versidades nas nossas formas de viver, de amar, de sonhar, num lugar mediado pela ética e pela estética, pela utopia, pelos consensos e pelos dissensos”.
Ao tomar posse, o vice-diretor, Fidelis, relembrou sua história e da sua família. Filho de lavradores que migraram para a região metropolitana de Curitiba, conheceu a universidade como o local de trabalho de seu pai, que era segurança do Prédio Histórico da UFPR. Quando ingressou no curso de Agronomia, trabalhou também como segurança no período noturno, o que comprometeu seu desempenho acadêmico. Mesmo assim, persistiu e trilhou a carreira acadêmica. Cursou mestrado e doutorado e há sete anos tornou-se docente no Setor Litoral.
Segundo ele, diante de tantas diversidades da conjuntura, o principal desafio é fazer uma gestão com a participação de todos para melhorar as políticas de inclusão, a permanência, trazer mais negros e negras, indígenas, camponeses e camponesas. “Fazer da universidade aquilo que ela se propõe que é incluir”.
O reitor da UFPR, Ricardo Marcelo Fonseca, encerrou a cerimônia com um balanço dos fatos ocorridos durante a sua gestão, responsáveis por colocar a universidade pública em risco. Para ele, nesses tempos turbulentos a universidade precisa firmar-se como pilar de conhecimento e desenvolvimento do Brasil. “Ser gestor nesse momento demanda coragem, demanda uma capacidade imensa de diálogo para fortalecer as solidariedades internas da nossa instituição. Gerir a universidade pública significa resistir, subsistir e, portanto, a tarefa fica duas vezes mais exigente. Estejamos à altura dos nossos desafios”.
Com informações de Secom/Litoral