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Missão do CENACID avalia deslizamentos e inundações em SP e RJ

A missão teve caráter humanitário com finalidade de estudar o solo e orientar moradores e setor público para evitar novas catástrofes, como a que ocorreu no começo do ano em Angra dos Reis.

Segundo o relato do professor Renato Lima, coordenador do CENACID, durante a missão, que durou seis dias e percorreu 2.000 km, a equipe teve dificuldades como locais sem hospedagem, outros com acesso parcialmente interrompido, tempestades, problemas mecânicos nos veículos e até lugares em que não havia comida. Em algumas situações os geólogos tiveram que utilizar técnicas de escalada para avaliar áreas de risco em encostas íngremes.

Nos diversos locais estudados o CENACID atendeu solicitações da Defesa Civil de cada município, realizando estudos emergenciais e urgentes de riscos. Foram apresentadas recomendações de ações como interdição imediata de áreas perigosas, realização de obras emergenciais de proteção, monitoramento de encostas e implantação de sistemas improvisados de alertas para evacuação. A equipe detectou que algumas localidades foram atingidas em menor escala, enquanto outras foram devastadas pelo desastre, que nestes casos exigirá anos para sua recuperação.

PESQUISAS MAIS DETALHADAS – Uma das conclusões, conforme o professor Renato, é que diversos locais necessitam de estudos detalhados de risco geológico, em escala adequada para permitir a gestão do uso do solo. Na maioria das vezes os locais mais fortemente atingidos já tinham sido ‘avisados’ de diversas maneiras ,pela natureza, que desastres poderiam ocorrer.

Em muitos casos observou-se a ocupação de áreas não adequadas e intervenções que agravam os processos que ocorreram. ‘Claramente é necessário rediscutir a política

de aprovação de uso do solo e a atuação dos órgãos que concedem, fiscalizam e financiam este uso’, observa o professor.

Entre as recomendações da missão, estão estabelecer sistemas de alerta para a população em áreas selecionadas; quanto a deslizamentos, as encostas da área estão nestes próximos meses mais favoráveis a estes processos perigosos do que antes do desastre.

RECOMENDAÇÕES – Deve ser monitorada a precipitação, inclusive o acumulado em 48 horas, para tomar providências adequadas, como evacuação temporária de áreas instáveis, em caso de necessidade. Renato Lima explica que a região atingida é uma área onde diferentes processos geológicos atuam de forma acelerada e por vezes catastrófica. A única forma de melhorar a segurança na região é o desenvolvimento de estudos de risco. Após estes estudos é necessário reorientar a ocupação do solo considerando os resultados alcançados. Também é necessário continuar a avançar permanentemente com a preparação dos mecanismos de resposta da sociedade a desastres, como a defesa civil e outros.

A equipe foi constituída por sete geólogos, um especialista no VICON-Desastres (SIG do CENACID), uma bolsista e um motorista de apoio. Participaram integrantes do CENACID da UFPR, UFRRJ e USP-SC, além de durante um dia ter estado presente integrante da PUC-RJ.

APOIO INSTITUCIONAL – A missão foi viabilizada com o apoio do Reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, que autorizou a liberação dos meios necessários. Também recebeu apoio e informações das Coordenações Municipais de Defesa Civil, especialmente em São Luiz do Paraitinga, Paraty e Angra dos Reis. aGHORA O grupo se coloca à disposição para ajudar o Haiti.

Foto(s) relacionada(s):


equipe do Cenacid em Ilha Grande
Foto: Cenacid


Angra do Reis
Foto: Cenacid


Paraty
Foto: Cenacid


Igreja de Paraiting, São Paulo, destruída
Foto: Cenacid

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Fonte: Simone Meirelles