No próximo dia 3 de dezembro, das 8h às 17 horas, no campus das Agrárias da Universidade Federal do Paraná, será realizada mais uma edição do “Dia do Carroceiro”, numa continuidade da ação já promovida em São José dos Pinhais, pelo Curso de Medicina Veterinária da universidade, com a participação de diversos setores da sociedade. Está prevista a presença de mais de 100 carroceiros da cidade.
A Prefeitura Municipal estima que existam pelo menos 800 cavalos carroceiros somente em sua região urbana, número que deve alcançar os 1,5 mil se for somada a população da região metropolitana. Visando otimizar as condições de trabalho do carroceiro e proporcionar uma melhoria no bem-estar de seus animais, os alunos e docentes do Departamento de Medicina Veterinária, em parceria com a Prefeitura, criaram o “Projeto Carroceiro em Curitiba” que vem sendo desenvolvido há um ano.
Na etapa atual, os carroceiros estão sendo convidados a levar seus animais ao Campus Agrárias, na Rua dos Funcionários 1540, Juvevê, no dia 03 de dezembro, onde uma equipe de alunos e professores do curso, com o apoio de profissionais da prefeitura, realizará o cadastramento dos trabalhadores e seus animais através de um questionário com informações tanto no que diz respeito às condições de trabalho, quanto ao manejo sanitário e nutricional proporcionado aos cavalos.
Além disso, será realizado um exame físico geral dos animais, com aferição, entre outros parâmetros, das freqüências cardíaca e respiratória, temperatura, estado corporal, grau de hidratação e aspecto dos cascos. Em breve, espera-se tatuar os cavalos para posterior identificação dos mesmos.
Também serão coletadas amostras de sangue, para contagem do hematócrito e grau de desidratação, quantidade de proteínas no sangue e presença ou não de processos inflamatórios; além da coleta de fezes, na busca de ovos de parasitas intestinais, com a aplicação de uma dose de vermífugo oral e banhos carrapaticidas para prevenir doenças como a febre maculosa.
Sobre os cavalos carroceiros
Sendo o cavalo uma fauna sinantrópica reemergente, é fundamental que se adotem estratégias de prevenção ao aparecimento de zoonoses (doenças transmitidas entre o homem e os animais). Dentre as principais, potencialmente transmitidas pelo cavalo, estão a raiva, a leptospirose, a febre maculosa e a doença de Lyme ou borreliose, estas duas últimas transmitidas pelo carrapato do cavalo. Existem ainda outras doenças como a rinopneumonite eqüina, o mormo e a brucelose. Apesar dos casos destas doenças serem relativamente raros em nosso município, não se pode descartar a presença de seus agentes etiológicos na população eqüina esperando por uma brecha no sistema imunológico do cavalo para causarem a doença e se multiplicarem.
Como os carroceiros percorrem grandes distâncias pela cidade, podem ainda transmitir doenças inerentes ao cavalo, as quais podem afetar populações controladas como as de jóquei, centros hípicos, regimentos de cavalaria, centros de treinamento e haras de nossa região. Nesse aspecto, destaca-se a anemia infecciosa, doença similar a aids humana, que causa uma imunodeficiência, cujo tratamento é ineficaz e o sacrifício obrigatório por ser facilmente transmitida a outros animais, seja via vetor (moscas picadoras) ou via instrumentos com sangue.
Serviço: Dia do Carroceiro no Campus Agrárias da UFPR
Data – 3 de dezembro
Hora – das 8h às 17 horas
Local – Campus Agrárias – Rua dos Funcionários 1540, Juvevê
Informações – Professor Alexander Biondo (3350-5661) e Ana Paula Brenner Bush (9938-8455)
Fonte: Vivian de Albuquerque
