Por causa do relógio biológico o problema pode ser sonolência, situação ainda agravada durante o horário de verão. As causas do sono na sala de aula estão num livro que será lançado, quinta-feira, dia 8 de novembro, em Curitiba, pelo professor Fernando Louzada da Universidade Federal do Paraná e Luiz Menna-Barreto, biomédico da Universidade de São Paulo.
Segundo os autores, uma boa alternativa para aumentar o rendimento escolar seria alterar o horário de entrada das aulas pela manhã, como já foi feito em Israel e algumas cidades dos Estados Unidos. O horário de entrada de 7h e 7h30min foi alterado para 8h15min. “O sono é importante para consolidar a memória e por isso, se o estudante dormir pouco ou mal, irá aprender menos no dia seguinte, porque a capacidade de armazenamento de informações será reduzida”, explica Fernando Louzada, que estuda o sono há duas décadas.
O objetivo do livro é chamar a atenção dos professores para que comecem a pensar no assunto e passem a tratar o sono de uma maneira mais aberta e adotem práticas que despertem a atenção dos alunos, principalmente nos primeiros horários. Outro fator que os autores querem chamar a atenção é quanto às diferenças individuais, que precisam ser respeitadas. Cada aluno tem uma necessidade diferente em relação às horas de sono. Os autores também sugerem que as escolas passem a desenvolver programas de educação sobre o sono.
DORMIR MAIS CEDO NEM SEMPRE RESOLVE – De acordo com Louzada, a prática daquele que precisa acordar muito cedo deve dormir também mais cedo, nem sempre dá certo. A cronobiologia, ciência que estuda os relógios biológicos começa a entender os motivos desta dificuldade, porque alguns conseguem dormir antes do horário normal e outros não. “As diferenças nas preferências pelos horários para dormir fazem parte da constituição biológica. O ambiente ajuda a modificar esta preferência, mas mesmo assim, há limites”, destacou Louzada.
Na adolescência, acordar cedo é um problema ainda maior em decorrência das alterações hormonais. A tecnologia, como o uso de videogames e computador, ajuda a alterar o comportamento do sono. Os autores lembram que houve uma melhora no aprendizado dos alunos nos países que modificaram o horário de início das aulas.
O livro traz dicas de como os professores podem tratar o tema em sala de aula com atividades que irão despertar a atenção, avaliação de sonolência e desempenho, qualidade e quantidade de sono e como o cérebro funciona quando estamos com sono e quando dormimos o suficiente.
SERVIÇO:
Livro: O Sono na sala de aula – tempo escolar e tempo biológico
Autores: Fernando Louzada e Luiz Menna-Barreto
Lançamento: dia 8 de novembro – 19h30min
Local: Livrarias Curitiba – Shopping Estação
Foto(s) relacionada(s):
capa do livro
Foto: Paulo H.H. Isidoro
Fonte: ACS
