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Leia entrevista dos candidatos a presidente do Sinditest

Os candidatos a presidente são Wilson Messias, da ‘Chapa 1 – Sindicato para Todos’, e Guaracira Flores, da ‘Chapa 2 – Sindicato é pra Lutar – Oposição’.

O Sinditest representa os servidores técnico-administrativos da UFPR e da UTFPR, além dos funcionários da Funpar.

O mandato da direção do Sindicato tem duração de dois anos. O total de trabalhadores filiados aptos a votar é de aproximadamente 5 mil.

Abaixo, a íntegra da entrevista com os dois candidatos.

Wilson Messsias,

servidor do Hospital de Clínicas da UFPR,

candidato a presidente pela ‘Chapa 1 – Sindicato Para Todos’

Que balanço o senhor faz a respeito da atual gestão do Sinditest-PR?

Wilson Messias – A atual gestão trouxe ganhos e conquistas para toda a categoria: servidores técnico-administrativos da UFPR, UTFPR, IFPR e funcionários da Funpar.

Mencionaremos alguns: Luta pelo per capita estendeu esse benefício para todos os servidores que tem plano de saúde; Os dois melhores acordos coletivos Funpar/HC de todos os anos, com ganhos reais e aumentos no vale-alimentação e vale-creche; pagamento de todas as dívidas do Sinditest-PR das gestões anteriores (convênios e Nishifarma); Aquisição de nova sede administrativa mais próxima da UFPR e venda da chácara; Resgate e ampliação dos convênios via sistema “chequinho”; Criação do Fórum de Luta contra a Fundação Estatal com a realização de atos e realização de abaixo-assinados; Cursinho Preparatório para concurso: mais de 200 pessoas foram contempladas com o cursinho, a maioria funcionários Funpar/HC; Enfrentamento às situações de assédio moral com a criação do GT Saúde do Trabalhador e a contratação de uma psicóloga; Abertura de ação jurídica dos 14,23%; Realizou várias assembleias que trataram de forma séria e responsável as lutas da categoria, evitando “bate-boca” e “baixaria”; Curso de Gestão Pública para 500 servidores.

Em sua avaliação, como tem sido a participação dos servidores técnico-administrativos da UFPR nas atividades sindicais?

Wilson Messias – Bastante expressiva. O sindicato nunca atuou sozinho, sempre contou com o apoio dos trabalhadores em todas as assembleias, atos e fóruns.

Criamos três GTs: Funpar, Saúde do Trabalhador e Aposentados, que são formados por membros da diretoria e da base.

Além disso, várias mobilizações foram fruto da organização local dos trabalhadores, que receberam apoio da gestão Sindicato Para Todos. Como exemplo: mobilização e regime especial dos trabalhadores da Central de Material Esterilizado do HC/UFPR.

Quais são as propostas prioritárias da sua chapa?

Wilson Messias – Defender a universidade pública, gratuita e de qualidade, contra o aumento da terceirização e da precarização do trabalho; 30 horas para toda a universidade; Defesa intransigente do emprego dos funcionários da Funpar/HC, intensificação da luta pelas transposições de cargos e pelo per capita de plano de saúde no ACT; Melhoria do patrimônio do Sinditest-PR com a adequação da sede administrativa para oferecer espaço de formação e capacitação, transformação da sede da marechal em uma sede social, ampliação e melhoria da sede de Itapoá (piscina infantil, casa para caseiro, melhores acomodações).

Brigar pelo aumento do vale-alimentação, pelo aprimoramento da nossa carreira e por uma campanha salarial (em 2010 voltaremos a ser o pior salário do funcionalismo público); Fortalecimento do GT Saúde do Trabalhador para continuar combatendo o assédio moral e outras formas de adoecimento dos trabalhadores.

Como o Senhor avalia o tratamento dado pelo governo federal em relação aos servidores públicos?

Wilson Messias – Apesar da reestruturação da tabela (2008/2009/2010) no ano que vem, nosso salário voltará a ser o pior do serviço público, temos um vale-alimentação miserável que gira em torno de R$ 5,70 ao dia e não conseguimos avançar na nossa carreira.

Além dessas questões específicas, chega até nós um projeto de lei encaminhado pelo governo que tenta restringir o direito de greve, falando inclusive em punição e corte de ponto. No mais, os hospitais universitários não foram contemplados com concursos e se submetem à terceirização.

No conjunto, podemos afirmar que não há uma política de valorização do servidor público e nem do serviço público.

Guaracira Flores,

servidora da Auditoria Interna da UFPR,

candidata a presidente pela ‘Chapa 2 – Sindicato é pra Lutar – Oposição’

Que balanço a senhora faz a respeito da atual gestão do Sinditest-PR?

Guaracira Flores – Sindicato é pra lutar. Em 2007 participei do Comando da Greve que obteve reajustes aos trabalhadores – essa é uma das principais funções de um sindicato. Mesmo sem greve, a atual gestão nada encaminha da agenda de mobilização da Fasubra. Que fez esta diretoria em 2 anos? Comprou sede nova? Fez festas e churrascadas? Fechou contrato com a Unimed?

Isto pode acontecer, mas não é o fundamental. Esta gestão não foi capaz de organizar, junto com APUFPR e DCE, a eleição para Diretor do HC esperando que o reitor os presenteasse.

Mais de 50% dos servidores tiveram 3,17% retirados de seus salários e o sindicato silenciou. Venderam um imóvel dizendo ser um preço “X”, mas o preço real foi “X + 150 mil”. Mesmo solicitada a esclarecer, a diretoria nada responde, revelando completa falta de transparência e respeito pela categoria. Por esses e outros motivos, a Chapa 2 é uma nova alternativa ao modus operandi da atual gestão.

Em sua avaliação, como tem sido a participação dos servidores técnico-administrativos da UFPR nas atividades sindicais?

Guaracira Flores – Um Sindicato combativo deve encaminhar as lutas que dizem respeito a toda a categoria, buscando manter as conquistas e empenhando esforços para alcançar novos benefícios, sem se calar frente à retirada de ganhos e vantagens.

Uma vez que essa diretoria sequer encaminhou as principais lutas da Fasubra, como avaliar a participação dos Técnico-Administrativos? Nossa categoria já demonstrou que sabe lutar, que tem garra, mas é preciso liderança combativa, independente, democrática, que incentive a participação, a formação, o acesso à informação. Nesta gestão, muito poucos da base tiveram a chance de ir a plenárias da Fasubra, sendo esse direito de participação transformado em quase exclusividade dos diretores.

Quais são as propostas prioritárias da sua chapa?

Guaracira Flores – Restabelecer a capacidade de luta. Recuperar o debate político e mobilizar a base para a luta político-sindical. O Sinditest tem que ser novamente de luta, em especial para a Campanha Salarial 2010.

Renovação no sindicato e democratização do movimento. Não à perpetuação dos mesmos na Diretoria da entidade. Pela ampla renovação, com maior participação de mulheres. Reforma do Estatuto para democratizar o movimento.

Independência política. A diretoria atual mostra subserviência à Reitoria, como o imobilismo diante da perda dos 3,17% nos salários. Em palavras e atos queremos restituir verdadeira independência política frente à Reitoria.

Efetiva transparência. Publicação regular de balancetes, prestação de contas, cumprimento do Estatuto, informativos jurídicos.

Como a senhora avalia o tratamento dado pelo governo federal em relação aos servidores públicos?

Guaracira Flores – Os dados oficiais são claros ao mostrar o contraste entre o governo de FHC e o de Lula.

Enquanto FHC promoveu PDVs, extinguiu concursos públicos, achatou salários, sucateou universidades públicas, no governo Lula os servidores vem experimentando uma recomposição salarial, embora ainda aquém de perdas históricas.

O governo Lula é o que mais abriu concursos e contratou servidores, mantendo postura democrática de diálogo e negociação com as entidades do funcionalismo.

No entanto, sendo um governo híbrido que inclui alguns setores conservadores, ainda há muito por avançar nos direitos dos trabalhadores. Mas não basta que o governo seja sensível às pressões legítimas do movimento, é preciso que os servidores lutem por mais conquistas salariais e sociais. Por isso, sindicato é pra lutar.

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Wilson Messias e Guaracira Flores, candidatos a presidente do Sinditest
Foto: Reprodução

Fonte: Fernando César Oliveira