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Influência da oralidade na escrita é tema de minicurso na UFPR

As relações entre os sons das palavras e a representação da escrita estão no centro das discussões do minicurso “Fonologia e Alfabetização”, ministrado esta semana na UFPR pela professora Thaís Cristófaro Silva. Pesquisadora da Universidade Federal de Minas Gerais, ela participou do VII Congresso Internacional da Associação Brasileira de Linguística (Abralin) e agora continua em Curitiba para o período de cursos do XX Instituto de Linguística da Abralin, que encerra na sexta-feira, dia 18. Participam do curso estudantes, fonoaudiólogos e educadores, que depois poderão atuar como multiplicadores do tema entre profissionais de alfabetização.

Segundo Thaís, a alfabetização deve ser vista com particularidades regionais e sociais. “Podemos ter métodos globais, mas com ações particulares”, lembra a pesquisadora. Ela destaca que os educadores devem ter em mente as diferenças culturais e sociais no ensino da linguagem escrita. Em Curitiba, por exemplo, onde o “R” final das palavras é pronunciado, a chance de se escrever uma palavra como computador com o R é muito maior do que em Belo Horizonte, onde a letra “R” final é suprimida na fala. Por isso, a estratégia de ensinar deve ser diferente. A pesquisadora destaca a importância da oportunidade que a Abralin proporciona através dos minicursos posteriores ao Congresso, permitindo aprofundar questões específicas e reunindo pessoas de vários lugares, com experiências distintas.

Para pesquisar quais os erros mais comuns na escrita nas escolas, a professora criou um estudo inovador, o Projeto E-Labore. Já foram mapeadas 820 mil palavras em textos de crianças de 6 a 12 anos de idade, criando um amplo banco de dados. “O percentual de erro ortográfico – que não inclui concordâncias – é de 10%. Isso quer dizer que a escola precisa resolver esses 10%, e para isso, saber os problemas mais frequentes é muito importante”, observa Thaís. Além disso, o E-Labore permitirá o mapeamento do vocabulário infantil do português brasileiro contemporâneo. O projeto está descrito no site www.projetoaspa.org/elabore.

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Professora Thaís durante sua aula na UFPR
Foto: Leonardo Bettinelli

Fonte: Simone Meirelles