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Grupo de MPB canta o Brasil, em Antonina

Eles têm de 19 a 56 anos. Mas todos parecem crianças se divertindo no palco com os arranjos e movimentos cênicos do espetáculo Musicae Brasilis, do Grupo de MPB da UFPR, que se apresentou ontem, às 16 e 19 horas, no Theatro Municipal de Antonina. A apresentação é composta de músicas que cantam o Brasil, intercaladas por textos ficcionais que comentam as músicas, organizados de forma a ter coerência mas sem ordem cronológica. Veja mais fotos aqui.

Em Musicae, o grupo, composto por 16 vozes, se afirma como um dos corais mais criativos do Brasil, mesclando música e teatro com arranjos inovadores e bem construídos e soluções de cenas que compõem perfeitamente com o som. Rodrigo Kleina, das Faculdades de Artes do Paraná (FAP), viu o grupo pela primeira vez em Antonina. Segundo ele, a apresentação foi contagiante. “Eles mesclam muitas coisas e surpreendem. Envolveram o público e deu certo, porque todos participaram”, diz.

Segundo a maestrina Doriane Rossi, uma das diferenças desta apresentação para as montagens anteriores foi o financiamento. Com recursos disponibilizados pela Pró-Reitoria de Extensão e Cultura (Proec), foi possível preparar um figurino mais rico e fazer um cenário, que só não foi montado no palco em Antonina por ser muito grande, maior do que o espaço disponível. “Em outros anos, a gente improvisava”, conta. Algumas vezes, o figurino era uma calça jeans com camisetas coloridas, que os próprios integrantes forneciam para serem recortadas. Ou então os custos eram divididos. Desta vez não.

Por isso, o espetáculo conta com uma grande quantidade de adereços, como xales, chapéus, jaquetas, turbantes, chinelos, camisetas temáticas e até uma roupa de padre jesuíta, remetendo aos tempos do descobrimento do Brasil. Além disso, objetos cênicos compõem cenários, como uma mesa onde conversam duas velhinhas, enquanto ouvem rádio, antes da música Doutor Getúlio.

Conceito

A ideia inicial foi trazida pelo diretor cênico Luís Berthier. A partir de algumas músicas que cantam o Brasil, Berthier começou a pesquisar outras composições com a mesma temática.

Depois disso ele foi preparando o roteiro antes de fazer qualquer arranjo. Em seguida, veio a concepção cênica. No entanto, na fase de preparação das músicas houve, naturalmente, interferências mútuas. “Uma coisa interferia na outra. O arranjo muda a cena e vice-versa”, conta Doriane. Por isso, o processo foi integrado, dando o resultado harmônico que foi apresentado em Antonina. “A cena é 50% do espetáculo, porque está tão intrinsecamente ligada com a música que muda tudo”, explica Doriane.

O espetáculo

Contando com 23 músicas como Rio de Janeiro, Modinha, A mão da limpeza, Valsa brasileira, Ai que saudades da Amélia, Tropicália, Brasil e Viola enluarada. A época das músicas também é bastante variada: vai de 1859 até 1999. Em cada uma, os arranjos são singulares. Em Linda flor, os grupos se dividem, dando maior presença às vozes femininas. As masculinas cantam fora do tempo normal da música, antes ou depois das vozes femininas. Em Valsa brasileira, um duo toma conta do palco. Cálice é antecedida por um intensa luz vermelha sobre o grupo, que se contorce antes de começar a cantar. Todos dançam em Brasil, cheia de efeitos como imitar a vinheta do Fantástico no meio da música. Aliás, o grupo dança e se movimenta o tempo todo.

Ao longo do tempo, o coral ganhou experiência. “O grupo está amadurecendo. Já é um senhor de 17 anos”, diz Berthier. Mesmo as trocas regulares de integrantes não atrapalham sensivelmente. “O grupo muda com cada troca, mas está equilibrado. Ele tem identidade”, explica Doriane.

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O grupo é composto por 16 integrantes, quatro de cada voz: soprano, contralto, tenor e baixo.
Foto: Ronaldo Duarte

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Fonte: Mário Messagi Júnior