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Garantia dos direitos humanos depende da educação, diz a reitora

“A efetivação dos direitos humanos depende de uma educação permanente, continuada, global. Depende de uma educação compartilhada, voltada para a mudança”, afirmou Márcia Helena, durante palestra de abertura da terceira edição do Seminário Conexões de Saberes e Fórum de Estudantes de Origem Popular.

O evento, que prossegue nesta sexta-feira (13/6), acontece no Salão Nobre do curso de Direito, localizado no Prédio Histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade.

A reitora apresentou um painel histórico a respeito da evolução do conceito dos direitos humanos ao longo dos últimos séculos. “A concepção dos direitos humanos vem sendo construída ao longo da história.”

Conforme Márcia, a noção de proteção à vida e à liberdade, ideais presentes durante a Revolução Francesa (1789-1799), seriam os direitos humanos de primeira geração.

O advento dos sistemas de seguridade social constituiria um exemplo do direito humano de segunda geração. Já a noção dos direitos coletivos e do direito à paz, presente na declaração de 1948 da ONU, de terceira geração.

Temas atuais, como os debates sobre pesquisas com células-tronco e sobre patentes, ligados ao direito à informação e à pluralidade, abordariam direitos humanos de quarta geração.

Márcia Helena Mendonça citou um relatório da Anistia Internacional, publicado em 2007, que aponta a prática de tortura em 81 países e identifica 77 nações onde há restrições à liberdade de expressão. No que se refere ao Brasil, o documento enumera os altos índices de criminalidade e de violência.

“Anestesiamento social”

O professor Gracialino da Silva Dias, do Setor de Educação da UFPR, observou que, segundo os dados da ONU, cerca de 20% dos R$ 6 bilhões de habitantes do planeta passam fome.

“A cidadania se conjuga como verbo, e comporta os direitos à alimentação, ao trabalho, à moradia, à educação”, disse Dias.

O professor afirmou que historicamente as universidades brasileiras sempre foram “elitistas”. “As classes populares devem vir para a universidade, mas não na lógica da mercadoria, de estudar para ter um emprego melhor, mas numa condição militante, engajada, em conexão com os movimentos sociais”, diz Gracialino.

“Hoje, há um anestesiamento social. Não vejo o movimento estudantil denunciando os problemas do Brasil e do mundo.”

Saiba mais

O projeto “Conexões dos Saberes” ” tem como objetivo estimular uma maior articulação entre a instituição universitária e as comunidades populares, proporcionando trocas de experiências.

“Dentro da UFPR, o projeto surgiu em 2005, após a implantação do sistema de cotas”, explica a professora Miriam Angelucci, integrante da coordenação do Conexões de Saberes. “Vamos até as escolas públicas de ensino médio, onde criamos grupos de estudos para incentivar o acesso à universidade.”

O projeto atua em Curitiba e em cidades da região metropolitana, entre elas Cerro Azul, no Vale do Ribeira. Participam do projeto 35 estudantes bolsistas.

Outras informações:
(41) 3310.2754
conexoesufpr@ufpr.br

Programação da sexta-feira

13/6/2008

9 horas
Abertura

9h15min Universadade Popular

9h45min
Mesa-redonda

10h15min
Professora Sônia Guariza Miranda (Assistência Estudantil)

11 horas
Mesa-redonda

11h30min
Intervalo para almoço

14 horas
Rita de Cássia, pró-reitora de Assuntos Estudantis,
Impacto do Reuni na Assistência Estudantil e a participação dos estudantes de origem popular na destinação de recursos

14h45min
Mesa-redonda

15h30min
Encerramento do 3º Fórum dos Estudantes de origem popular

Foto(s) relacionada(s):


A reitora em exercício Márcia Helena Mendonça (à direita)
Foto: Izabel Liviski


Mesa de abertura do seminário Conexões dos Saberes
Foto: Izabel Liviski

Link(s) relacionado(s):

Fonte: Fernando César de Oliveira