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Espetáculos emocionam público do 22º Festival de Inverno da UFPR

Téssera Companhia de Dança no 22º Festival de Inverno da UFPR - Foto: Douglas Fróis
Espetáculos gratuitos movimentam Antonina durante 22º Festival de Inverno - Foto: Douglas Fróis
Nesses 22 anos, o Festival de Inverno da Universidade Federal do Paraná sempre procurou oferecer ao público uma vasta e diferenciada programação de espetáculos. Este ano não é diferente. As ruas, o Theatro Municipal e a Igreja São Benedito, em Antonina, transformam-se em palco para apresentações de artes cênicas, dança e música, do erudito ao popular.

Transpor a palavra para o gesto
Uma companhia de dança traduzindo um monólogo do dramaturgo Nelson Rodrigues em movimentos. Essa foi a proposta do espetáculo “Valsa 30”, da Téssera Companhia de Dança da UFPR, apresentada no segundo dia do Festival, no Theatro Municipal. Composta por 25 bailarinos, a produção foi adaptada para servir à proposta coreográfica: transcender a dança e o próprio texto da narrativa.

“Nessa adaptação (da Valsa Nº 6), vários personagens e situações foram adicionados. Não esperamos que a narrativa seja completamente compreensível, mas que o entendimento seja individual”, afirma a coreógrafa Cristiane Wosniak.

Escrita na década de 50, “Valsa N° 6”, de Nelson Rodrigues, tem foco na menina Sônia, de 15 anos, assassinada pelo seu amante. Sem compreender no início que está morta, Sônia tenta entender sua situação e o que ocorreu até o momento da morte. Na passagem para o universo da dança, o figurino, formado principalmente por longas saias pretas e brancas, e a coreografia, fragmentada e às vezes até angustiante, ajudam a transportar o público para o universo da personagem, de solidão, memória e confusão de sentimentos.

O número 30 do título do espetáculo é uma referência às três décadas de formação da Téssera, no ano passado. Cristiane, que está presente desde o começo do grupo, salienta a proposta de um trabalho moderno, que não fique limitado apenas às formas e linhas da dança. “Nós fazemos uma espécie de laboratório de criação com nossos atores. Tentamos transcender a dança e também fazer parte do teatro. Em nossos espetáculos, o importante para nós é onde o espectador vai chegar, e isso varia de pessoa para pessoa, dependendo das vivências, cultura e história de vida.”

 

Por Bernardo Staut, com orientação de Lais Murakami (de Antonina)

 

Todos os dias, são apresentados cinco espetáculos em diferentes horários. Até o encerramento do evento, muitos grupos ainda vão se apresentar. A programação completa está disponível na página do 22º Festival de Inverno da UFPR.