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FEDERAL DO PARANÁ

Equipe da UFPR embarca para representar o Brasil em competição internacional de Arquitetura nos EUA

O grupo, formado por 10 estudantes de graduação e pós-graduação, é o único do Brasil na competição. Foto: Samira Chami Neves – Sucom/UFPR

Um grupo de alunos da UFPR embarca esta semana para a cidade de Golden, no estado norte-americano do Colorado, onde vai participar do Race to Zero – uma competição internacional de arquitetura voltada para a sustentabilidade, promovida pelo Departamento de Energia dos Estados Unidos. A equipe da UFPR é a única brasileira entre as 40 selecionadas para a prova e vai competir na categoria Casas Geminadas, com o projeto Sobrado Solar.

A prova acontece desde 2013 e esta é a primeira vez que terá a participação de uma equipe brasileira. Também estão inscritos grupos dos Estados Unidos, Canadá e Índia. O desafio é projetar casas autossuficientes em energia. A competição pretende inspirar estudantes universitários a se tornarem profissionais preocupados com a sustentabilidade na construção, a partir de um projeto de design de casas autossuficientes em energia.

Orientado pelo professor do curso de Arquitetura e Urbanismo Aloísio Schmid, o grupo da UFPR é formado por 10 estudantes, de graduação e pós-graduação.

Fazem parte do time os estudantes do 4º ano do curso de Arquitetura e Urbanismo Alessandra da Veiga, Juliana de Macedo, Juliana Hirayama, Larissa Tami Shinohara, Louisy Spak e Victor Fernandez; a aluna do 5º ano de Engenharia Civil Heloise Cristine Cezario; o doutorando em Engenharia Elétrica Daniel Ussuna, a doutoranda em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental Karoline Richter e o mestrando em Engenharia Elétrica Renatto Carvalho.

A equipe será representada nos EUA por Louisy Spak, Victor Fernandes e Renatto Carvalho, que viajam acompanhados pelo orientador e pela coordenadora de projetos de cooperação internacional da Agência UFPR Internacional, Anna Gabriella Tempesta.

O projeto será apresentado nos dias 22 e 23. No primeiro dia, a maquete e um banner sobre o projeto ficarão expostos numa espécie de mostra, ao lado dos demais concorrentes. No dia seguinte, cada grupo terá 25 minutos para apresentar sua proposta e responder perguntas dos avaliadores.

“Eu ingressei no curso de Arquitetura pensando em trabalhar com restauro. Mas depois fiz um intercâmbio na Itália e desde então me voltei para a arquitetura sustentável. Ir para o Race to Zero é mais um estímulo para seguir nessa direção”, diz Louisy. “Nós estamos preparados para honrar o nome da UFPR”, diz Victor Fernandez.

O projeto

O projeto Sobrado Solar consiste num conjunto de três casas geminadas que produzem a energia que consomem. A sustentabilidade está em todos os detalhes – até a localização foi planejada para que os moradores gerem o menor impacto possível sobre o meio ambiente.O terreno selecionado para instalação das casas fica  na esquina das ruas XV de Novembro e José de Alencar, Curitiba. “É um local próximo ao centro,  com diversos pontos de ônibus, ciclovias, hospitais, restaurantes. Assim, é possível fazer muitas coisas a pé, com transporte público ou alternativo”, explica Karoline Richter,  doutoranda em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental.

O projeto prevê o uso de wood frame na estrutura e painéis fotovoltaicos na totalidade da cobertura. “São técnicas construtivas pouco difundidas por aqui. Ainda há muito preconceito contra casas de madeira e os painéis fotovoltaicos geralmente são usados apenas em pedaços da cobertura, e não integralmente”, esclarece o professor Aloísio Schmid. De acordo com ele, falta incentivo para que essas técnicas sejam disseminadas na construção civil no Brasil.

O projeto segue os conceitos da arquitetura bioclimática – o que inclui desde a escolha da posição das casas no terrenos até a presença de aberturas que privilegiam o uso da luz natural. O receio com a emissão de radônio, um gás liberado com mais força quando a terra é revirada, algo muito comum nas obras dos Estados Unidos e que aqui não é divulgado, está presente no projeto das casas e foi levado em conta inclusive  na escolha da localização. O sistema de aquecimento e resfriamento com cisterna é outro ponto alto do projeto. A cisterna é enterrada, permitindo que a água armazenada troque calor com a terra e vá para as serpentinas que ficam dentro da estrutura das casas, promovendo o conforto térmico.

Para estimular o convívio e o espírito de coletividade, não há separação dos terrenos das três casas e está previsto o uso do jardim nos fundos como uma horta comunitária dos moradores. O projeto também segue critérios de acessibilidade, com características como banheiros adaptados e garagem e cômodos em tamanho que permite o giro de cadeira de rodas.

Apoio

A equipe recebeu todo o apoio necessário da Agência UFPR Internacional, que assessorou todo o processo e garantiu apoio financeiro para a viagem, e do Centro de Assessoria de Publicação Acadêmica da UFPR, que auxiliou no treinamento dos alunos na língua inglesa e na preparação da apresentação do projeto.

“É um momento emocionante, em que alunos da Universidade Federal do Paraná vão representar nosso país e também ganharão as habilidades e a experiência necessárias para iniciar carreiras em energia limpa e gerar soluções criativas para problemas do mundo”, afirma coordenadora de projetos de cooperação internacional da Agência UFPR Internacional, Anna Gabriella Tempesta, que fez a mediação de todo o processo entre a equipe da UFPR e os organizadores do Race to Zero.

O diretor da Agência Internacional, André Duarte, durante apresentação do projeto: participação no Race to Zero abre portas para a UFPR. Foto: Samira Chami Neves – Sucom/UFPR

“Esses alunos estão projetando o nome da nossa universidade, o que nos enche de orgulho e também nos abre portas para a busca de recursos para a UFPR, a partir de acordos técnicos”, afirma o professor André de Macedo Duarte, diretor da Agência UFPR Internacional.

Como finalista na Race to Zero, a UFPR conseguiu uma aproximação com o National Renewable Energy Laboratory (NREL), um dos mais importantes laboratórios de energias renováveis no mundo. Depois das apresentações, uma comitiva da universidade, formada por professores, técnicos e alunos, vai se reunir com representantes do laboratório norte-americano para discutir um possível acordo de cooperação.

 

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