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FEDERAL DO PARANÁ

Debate para o DCE atrai poucos estudantes

O debate entre as três chapas que disputam a diretoria do DCE e a representação discente nos conselhos superiores da UFPR aconteceu na quinta-feira (11) para uma plateia de cerca de 50 pessoas, a maioria delas componentes das próprias chapas, identificados pelo uso de camisetas.

A participação dos estudantes no debate pode ser tomada como o retrato de um movimento estudantil esvaziado. E foi levantada logo na apresentação pela estudante Caroline da Rocha Franco (Direito), representante da chapa ‘Minha jangada vai sair pro mar’. Caroline ressaltou a importância do movimento estudantil na formação política dos universitários. ‘O movimento estudantil forma militância, e essa militância deve continuar depois da universidade, independente do espaço que o universitário irá ocupar na sociedade’, declarou.

A chapa ‘Reconstrução – um convite à ousadia’ foi outra que logo de início demonstrou preocupação com um tema delicado: as discussões a cerca de gênero, raça e orientação sexual dentro da universidade. ‘A discussão a respeito da opressão sofrida por esses grupos é necessária e muitas vezes não é feita dentro do movimento estudantil’, constatou Bruna Ornelas (Psicologia), que voltou ainda por várias vezes ao tema.

Críticas

Durante o debate, no entanto, as três chapas entraram em acordo em muitos pontos. A discussão, então, foi polarizada pelas chapas ‘Mais vale o que será’ e ‘Minha jangada vai sair pro mar’. Ambas, embora parcialmente renovadas, têm alguns integrantes que, em 2010, ocuparam a diretoria do DCE e os conselhos superiores, respectivamente.

Isso porque, em 2009, a eleição aconteceu através de duas cédulas e elegeu dois grupos políticos distintos. Este ano, porém, a eleição se dará através de uma única cédula e a chapa eleita ocupará tanto a diretoria do DCE quanto os conselhos.

Obrigadas a fazerem um balanço das duas gestões, as chapas acabaram ‘lavando roupa suja’, conforme definiu Lucas Pelissari, da chapa Jangada. Foi ele, inclusive, o primeiro a partir para as críticas. ‘O DCE no último ano não existiu’, atacou. ‘A pós-graduação não recebe atenção e esses alunos são 10% dos estudantes da UFPR. Eles também são movimento estudantil’, continuou.

Para resolver o problema, a Mais Vale defendeu uma entidade ligada ao DCE voltada à pós-graduação. ‘Nossa chapa tem 60 integrantes e 140 apoiadores – e subindo. Isso se dá pela nossa campanha e pela gestão que a gente fez no último ano’, continuou Wagner Tauschek (História), em sua defesa.

Foi também Wagner quem acusou integrantes da chapa Jangada de nos conselhos terem feito uma gestão alinhada com a Reitoria. De acordo com ele, um aliado da chapa Jangada defendeu nos conselhos a ‘bolsa Reuni’, que como contrapartida solicita atividades de docência por parte de pós-graduandos.

A Jangada se defendeu. ‘O apoiador não faz parte da chapa. A posição de um apoiador no último ano não é necessariamente a posição da chapa’, explicou Lucas. ‘Nos conselhos, sempre fizemos a defesa intransigente dos estudantes e oposição à Reitoria’, continuou Guilherme Hossaka (Ciências Econômicas). ‘Se havia tanta crítica assim a nossa atuação, por que nunca fomos demandados oficialmente pelo DCE?’, questionou.

Unidade

As três chapas entraram em acordo com relação a várias demandas, como a necessidade de ampliação da assistência estudantil, principalmente em campi afastados, como Palotina e Litoral. Todas as chapas garantiram que não vêem problema, caso eleita, de trabalharem com as outras duas, na busca de uma unidade do movimento estudantil. ‘Tanto é assim que no início buscamos conversar com todos na busca de uma unidade da esquerda’, lembrou Lucas Pelissari. Bruna Ornelas, da Reconstrução, faz uma rassalva: ‘Mas não queremos uma unidade apenas de forças, mas dos estudantes em sua própria base. Uma unidade estudantil’.

Chapas na internet

Visite também os blogs das chapas: www.maisvaleoqueseraufpr.wordpress.com, www.jangada.blog.br e www.reconstrucaoumconviteaousadia.wordpress.com

E os Twitters: @maisvaleufpr, @jangadaufpr e @reconstrucaoufpr.

Fonte: Sandoval Matheus (estagiário), sob orientação de Mário Messagi Jr.