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Conselho Universitário aprova moção de apoio ao DCE para retomada do prédio

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Paraná (UFPR) aprovou hoje (dia 26), por unanimidade, moção de apoio às ações do Diretório Central dos Estudantes e da Reitoria para a reforma e o uso adequado do prédio destinado às atividades do DCE, localizado no centro de Curitiba.

Há sete meses, o imóvel foi invadido por três grupos alheios à UFPR, contrariando a atual direção do DCE e a Comissão Paritária formada para encontrar uma solução negociada para o problema. A invasão ocorreu apesar de o prédio apresentar problemas estruturais e de já ter sofrido dois princípios de incêndio (o último em 20 de fevereiro), que levaram o Corpo de Bombeiros a emitir laudo técnico sugerindo a sua desocupação imediata.

A moção aprovada pelo Conselho Universitário estabelece ainda a elaboração de um Plano Diretor para definir as ações que serão desenvolvidas em relação ao assunto, condena a decisão dos ocupantes de desrespeitar a posição da comunidade universitária da UFPR, propõe a identificação destas pessoas e o fim da Comissão Paritária, que tem representantes de toda a comunidade universitária, inclusive do DCE.

Defesa do DCE

O reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, agradeceu ao Coun pelo apoio ao DCE e à Reitoria e esclareceu que o problema foi levado ao Conselho Universitário após o esgotamento de todas as tentativas de diálogo com os grupos tomadas tanto pela Reitoria quanto pelas Pró-Reitorias de Administração e Assuntos Estudantis e, ainda, pela Comissão Paritária.

“A nossa administração sempre foi pautada pelo diálogo. Mas, neste caso, todas as tentativas que fizemos para resolver o problema de forma democrática foram infrutíferas porque os grupos se recusam a negociar”, comentou. “Não podemos aceitar a ocupação descontrolada de espaços públicos. Temos que prestar contas à sociedade do que fazemos. Estamos juntos para garantir a elaboração de uma excelente proposta de uso deste prédio”, comentou.

Zaki repudiou também as tentativas de grupos de oposição ao DCE de recorrer a ameaças e preconceitos de gênero para desqualificar a atual diretoria, como a acadêmica Carolina Simões Pacheco, uma das representantes do Diretório Central dos Estudantes no Conselho Universitário. “Repudio a violência e o autoritarismo destes grupos contra a atual diretoria do DCE. Querem obstruir uma diretoria eleita democraticamente e que tem uma atuação legítima em defesa dos estudantes. O ataque contra o DCE é um ataque contra a democracia”, disse.

O Coun teve acesso a fotos mostrando a degradação do imóvel provocada pelos ocupantes. O vice-reitor da UFPR, Rogério Andrade Mulinari, lembrou que o prédio pertence à UFPR mas, por sua história, tem relevância muito maior para a sociedade por força das lutas travadas pelo DCE em defesa da abertura democrática do País. “O prédio é um patrimônio não só da UFPR, mas de toda a comunidade”, avaliou. Para o vice-reitor, a depredação do imóvel é um desrespeito à democracia. “Temos agentes estranhos à UFPR no local. Isto não é ocupação, mas sim invasão de um patrimônio público de toda a comunidade discente”, comentou.

Repúdio ao vandalismo

Carolina: "Precisamos de um projeto de reforma e ocupação dele”. Imagem: ACS da UFPR.
Carolina, com os representantes discentes: “Precisamos de um projeto de reforma e ocupação do prédio”. Imagem: ACS da UFPR.

Todos os integrantes do Coun condenaram vigorosamente a invasão do prédio pelos grupos, que foi chancelada pela diretoria anterior do DCE, à revelia da Reitoria e do Conselho Universitário. A Comissão Paritária do Conselho Universitário –  composta por docentes, discentes, técnicos administrativos e representantes externos, presidida pela professora Lígia Negri, vice-diretora do Setor de Ciências Humanas – fez o último esforço de negociação para tentar resolver o problema.

Desde que foi criada pelo Coun, em 26 de fevereiro, a Comissão promoveu cinco reuniões e chegou a fazer uma vistoria no local, confirmando todos os problemas de segurança apontados pelo Corpo de Bombeiros, inclusive com a existência de lixo, pichações, mau cheiro e móveis danificados no imóvel.

Os grupos também promoveram festas no local com a venda de bebidas alcoólicas, que causaram inclusive reclamações de vizinhos por causa do barulho. A Comissão, porém, não obteve êxito porque os grupos se recusaram ao diálogo e reiteraram a disposição de permanecer no local. “A representação legítima dos estudantes está sendo alijada do uso do prédio por estes grupos porque eles estão sendo intransigentes e antidemocráticos”, comentou Lígia.

Negociações frustradas

O DCE tentou negociar com os envolvidos, sem sucesso, e ainda foi hostilizado pela diretoria anterior. “Não é verdade que nós queremos entregar o prédio à Reitoria”, comentou uma das representantes do órgão no Coun, Carolina Pacheco. “Este prédio é nosso. Precisamos de um projeto de reforma e ocupação dele”. Ela lembrou que o DCE fez todos os esforços para resolver o problema junto com a Reitoria, PRA, PRAE e os Conselhos Superiores da UFPR.

A pró- reitora de Assuntos Estudantis, Rita de Cássia Lopes, criticou a recusa dos grupos ao diálogo. “Nós tentamos negociar com eles desde dezembro, mas estes grupos se recusam a isso. Eu trabalho com assuntos estudantis desde 2006 e nunca vi uma coisa como essa”, comentou. Já o ex-pró-reitor de Administração, Álvaro Pereira de Souza, disse que a UFPR adotou todas as providências que deveriam ser tomadas para resolver o problema tanto do ponto de vista administrativo quanto do político. Ele lembrou ainda que advertiu os grupos de que eles seriam responsabilizados por eventuais problemas que ocorressem no local.

Por Aurélio Munhoz

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