Cirurgia inédita feita no HC salva vida de bebê que não podia respirar

O procedimento foi realizado durante o parto, no último sábado, dia 26 de junho.

Ainda ligado ao cordão umbilical da mãe, a menina de 2,2 quilos foi submetida a uma traqueostomia. Ela ainda respira por aparelhos e terá que passar por outra cirurgia para corrigir em definitivo a via aérea, provávelmente durante o primeiro ano de vida. ‘Vencemos o primeiro degrau de uma longa escada’, afirmaram os médicos, mas já dá para considerar uma vitória. Helena ainda está na UTI neonatal, mas vem melhorando a cada dia.

Foram 25 pessoas envolvidas na cirurgia que durou perto de duas horas. O desafio era manter o bebê fora do útero com todas as funções da placenta funcionando normalmente, o que garantiria a respiração. Sem oxigênio o bebê corria o risco de morrer ou de ter sequelas. Os pais moram em Telêmaco Borba, a mais de 200 quilometros de Curitiba e procuraram o HC quando a gestação estava na 28ª semana.

A mãe Paula Regina Pontara já teve alta, mas passa grande parte do tempo na UTI e já está amamentando o bebê. ‘ A cada dia ela mama um pouco mais e isso está sendo maravilhoso’ disse em entrevista coletiva à imprensa na manhã desta quinta-feira. Ela agradeceu o empenho das equipes a quem qualificou como ‘verdadeiros anjos’. Os médicos também destacaram que parte do sucesso se deve à confiança que o casal depositou e a expectativa positiva que mantinham durante todo o período crítico.

A mãe contou a agonia de saber que estava gerando um bebê com problemas e que sempre teve a carteza de que tudo daria certo. Durante a gravidez teve indicações de viajar para o exterior para tentar outros tratamentos, mas decidiu confiar nas equipes do Hospital de Clínicas, que desde o começo foi muito atenciosos e se moestraram sensibilizados com o problema.

Segundo o tocoginecologista Renato Sbalqueiro e o cirurgião Marcelo Stegani, não há relatos de cirurgias desta complexidade no Brasil. Procedimentos parecidos foram realizados em São Paulo, mas com técnicas um pouco diferentes.

Destacam que procedimento foi um sucesso devido ao trabalho conjunto de toda equipe multidisciplinar formada por cirurgiões pediátricos, tocoginecocologistas e anestesiologistas e demais funcionários do Centro Cirúrgico, além, é claro, da equipe da UTI Neonatal.

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