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Cenacid participa das ações de gestão após as enchentes no Rio de Janeiro

Desastres naturais como o ocorrido no Rio de Janeiro neste ano necessitam da ação de profissionais especializados. Com essa certeza, o Centro de Apoio Científico a Desastres (Cenacid) da Universidade Federal do Paraná esteve presente para colaborar com as equipes locais após o desastre deflagrado em 12 de janeiro, quando ocorreram inundações e deslizamentos em vários municípios da região serrana fluminense.
O apoio da unidade foi solicitado pelo Governo do Estado do Rio de Janeiro, através do Departamento de Recursos Minerais- Serviço Geológico, em 13 de janeiro, e menos de 24 horas depois, o primeiro integrante da equipe do Cenacid já estava no local. Ao todo, quatro pessoas participaram da missão: o professor Renato de Lima (UFPR), o professor Tiago Marino (UFRRJ), Aline Freitas (USP-São Carlos) e Fabiane Aline (UFPR). Eles permaneceram na região até 21 de janeiro. A equipe apoiou a gestão geral do desastre com avaliações, sugestões e disponibilizando o software Vicon-Desastres, especialmente desenvolvido para coordenar situações de crise.

Segundo o professor Renato, a tragédia poderia ser ainda maior, se o Serviço Geológico do Rio de Janeiro não tivesse um plano de emergência já preparado, que permitiu rápido atendimento no local. Ainda assim, diz ele, há um longo caminho a percorrer para minimizar as perdas humanas e materiais, em todo Brasil. “Foi um desastre de grande magnitude, alto número de vítimas. Diante disso, fica clara a necessidade de desenvolver cada vez mais a capacitação das equipes de Defesa Civil. É preciso treinamento e metodologias de gestão, num programa permanente, e não apenas emergencial”, defende Renato de Lima. Outro tema que preocupa o professor é conhecer os pontos críticos de cada região. “Há a necessidade de um mapeamento geológico de áreas de risco e com base nele desenvolver sistemas de alerta, realocação de pessoas e também simulação de desastres para treinamento da comunidade”, observa o professor. Dados divulgados pelo governo do Estado do Rio de Janeiro e da Polícia Civil informavam que em 26 de janeiro o número de mortos chegava a 832 pessoas, os desabrigados somavam 8.914 e o total de desalojados, 20.532 pessoas.

ATUAÇÃO NO RIO DE JANEIRO

No Rio de Janeiro, a equipe do Cenacid desenvolveu análises dos processos perigosos ocorridos e participou da discussão de estudos de risco já realizados e a serem realizados, com base em estudos de diferentes situações nacionais e internacionais vividas pelos profissionais. A Unidade já atuou em vários outros desastres naturais, como no terremoto do Haiti, e em enchentes em Santa Catarina e no próprio Rio de Janeiro em anos anteriores.
O software Vicon-Desastres foi implantado em Teresópolis, escolhida como sede da missão. “Buscamos transformar a cidade em modelo de organização de gestão da resposta”, explica o professor Renato. Desta forma, todas as informações de desabrigados, hospitais, áreas de risco, pontes destruídas, centros de coordenação, entre outras, foram e continuam sendo gerenciadas pelo software desenvolvido pelo Cenacid, através da equipe do Laboratório de Geoprocessamento da Universidade Federal do Rio de Janeiro e da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro.
As reuniões com autoridades locais incluíram o intercâmbio de informações, repasse de experiências, discussão de idéias sobre tipologia dos processos perigosos, dificuldades na apresentação de resultados, apresentação de propostas de ação e recomendações durante as atividades. “Foram oito dias de orientações, discussões, reuniões e a própria avaliação emergencial efetuada em conjunto com os técnicos locais, que resultam na evacuação ou interdição de áreas ou na informação de que estas áreas são consideradas mais seguras”, resume Renato de Lima.

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Registro do estrago causado pelas enchentes
Foto: Renato de Lima


Equipe do Cenacid na região do desastre
Foto: Divulgação

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Fonte: Simone Meirelles