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Área de Biotecnologia Industrial da UFPR forma profissionais para o Brasil e exterior

É possível dizer que inúmeras regiões brasileiras contam com doutores formados em Processos Biotecnológicos na UFPR. O coordenador do curso, professor Carlos Ricardo Soccol, comenta que o Doutorado já formou cerca de 50 doutores e que hoje atuam em vários estados e universidades brasileiras, tendo também contribuído para formação de pessoal altamente qualificado para outros paises, como China, Colômbia, Suriname e Cuba.

O Mestrado internacional envolve além do Brasil países como a França, China, Tunísia, Marrocos e México. O coordenador acredita que a escola de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia é de extrema importância para o desenvolvimento do setor bioindustrial brasileiro. “É uma área promissora e de grande importância neste século”, comenta, ao dizer que no Brasil existe um grande potencial, dado às características de sua biodiversidade, recursos naturais e matérias primas em abundância e de baixo custo, instrumentos fundamentais para o desenvolvimento da biotecnologia industrial.

Os Engenheiros de Bioprocessos formados pela UFPR não têm deixado a desejar em relação aos formados em países ditos desenvolvidos, onde a maioria já termina o curso realizando estágios e são contratados assim que se formam. Eles trabalham nas mais diversas atividades, da indústria alimentícia à farmacêutica; dos biocombustíveis ao tratamento biológico de efluentes; da produção de vacinas e kits para diagnóstico de doenças aos bioprocessos da industria cervejeira e de enzimas.

Idealizador dos cursos da área, ele explica que antigamente, para atuar na área da Biotecnologia Industrial, levavam-se anos de estudos depois da formação de graduação. “ Normalmente, engenheiros químicos, como eu, que completavam sua formação com Mestrado, Doutorado, Pós-Doutorado, ficavam vários anos se especializando em áreas das ciências biológicas, explica. A graduação em Engenharia de Bioprocessos, possibilita a formação de um profissional completo em 9 semestres – quatro anos e meio – voltado para atuação em planta bioindustrial, ambiente que nem sempre exige uma formação de pós-graduação. “Nem sempre uma empresa precisa de um doutor ou pós-doutor”, lembra Soccol, “a não ser que disponha de um setor de pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos muito bem estruturado”, ressalva.

Para propor o curso de graduação, Soccol pesquisou o currículo de mais de 30 escolas de Engenharia de Bioprocessos ofertadas no mundo. “Procuramos extrair o que havia de melhor em cada uma, sem descaracterizar a formação básica da Engenharia de Bioprocessos”, diz, lembrando que foram necessários três anos de negociação para conseguir viabilizar o curso na UFPR. Dificuldade hoje lembrada apenas como histórico, na medida em que o curso se consolida como uma nova carreira das engenharias no país.

CENBAPAR – O professor Soccol é daqueles pesquisadores que sempre sonhou em ver seus trabalhos extrapolarem os muros da academia, como forma de contribuir para com o desenvolvimento tecnológico e social do país. É a partir desse sonho que está se tornando realidade o CENBAPAR – Centro de Biotecnologia Agroindustrial e Agroalimentar do Paraná, uma iniciativa da UFPR, em parceria com o Governo do Estado e da UTFPR. O Centro terá base em Curitiba e em Pato Branco/campus da UTFPR e visa potencializar a transferência dos resultados das pesquisas geradas na universidade ao setor produtivo.
Segundo Soccol existem inúmeras tecnologias desenvolvidas nos laboratórios da UFPR que poderiam estar sendo utilizadas pela indústria contribuindo para com a geração de emprego e renda a nossa população, mas, que pelos mais diversos motivos, acabaram gerando apenas teses e artigos científicos. Assim, comenta o pesquisador, produzem-se recursos humanos importantes, mas não riquezas, produtos, processos ou empregos.

O Centro já possui parceria com algumas empresas. Uma tecnologia desenvolvida recentemente desde a escala de laboratório até a planta industrial dá o exemplo de trabalho que o Cenbapar propiciará: trata-se da primeira planta industrial do país que produz bioetanol a partir do melaço de soja. Também está em estudo a produção de plástico biodegradável (polilácticos) e polissacarídeos para indústria de alimentos e farmacêutica, além, de outras biomoléculas de interesse comercial utilizando esse rejeito derivado da soja, que era inicialmente um problema para a empresa, pois sua produção diária é da ordem de 350 toneladas.

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Laboratório da Engenharia de Bioprocessos
Foto: Isabel Leviski

Fonte: ACS